Em queda na pesquisa, Doria pode se atropelar na ambição e fracassar
Leandro Colon - FSP
Aspirante a candidato à Presidência, o prefeito viajante João Doria
tropeça nas pesquisas, no ego e na educação a exatamente um ano das
próximas eleições.
O fim de semana não poderia ter sido pior para o tucano. A nova rodada
do Datafolha, divulgada neste domingo (8), mostra uma queda
significativa na aprovação de sua administração na cidade de São Paulo
-em quatro meses, caiu de 41% para 32%.
O levantamento foi feito em 4 e 5 de outubro. No dia seguinte, Doria
desembarcou em Belém para curtir as celebrações do Círio de Nazaré.
O paulistano, diz o Datafolha, está descontente com a sanha turística do
prefeito pelo país. A pesquisa aponta que 77% da população considera
que as viagens trazem benefícios pessoais a ele, e apenas 35% veem lado
positivo para a capital paulista.
No sábado (7), o tucano apelou. Classificou de "recadinho" uma gravação
mal educada destinada a Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB. Ele
afirmou que o colega de partido é "improdutivo". "Agora vive de pijamas
na sua casa", ironizou.
No ataque grosseiro a Goldman, Doria disse ter o apoio do povo
paulistano "ao qual estou ao lado diariamente" -diariamente, nem tanto,
afinal a mensagem veio do Pará, mais um dos destinos recentes do tucano.
O Datafolha, ademais, contradiz o discurso de respaldo popular.
Alvo da ira, Goldman havia criticado as viagens. Nas palavras dele, "o
prefeito ainda não nasceu". "A única coisa que nasceu até agora foi um
candidato à Presidência", declarou.
Segundo a pesquisa, 55% dos paulistanos não votariam em Doria para
presidente. O Datafolha mostrou, na semana passada, que a sua rejeição
no país subiu de 20% para 25%.
O governador Geraldo Alckmin, padrinho de Doria, supera a cria na
preferência dos paulistanos pela disputa ao Palácio do Planalto em 2018.
O prefeito chamou Goldman de "fracassado", mas é Doria quem pode
fracassar na sua aventura política, atropelado pela própria ambição.
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