quarta-feira, 4 de outubro de 2017

'Lula não é mais só o Lula, Lula é uma ideia', diz Lula no Rio
Em discurso em frente à sede da Petrobras, no centro do Rio, nesta terça (3), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comparou a Tiradentes e disse que hoje representa "uma ideia assumida por milhões de pessoas".
"O Lula não é mais só o Lula. O Lula é uma ideia assumida por milhões de pessoas", disse ele, em evento promovido por centrais sindicais contra a privatização de estatais.
Ele disse que resistirá às "mentiras" da Polícia Federal, Ministério Público e da imprensa e voltará, "com o povo trabalhador desse país", à Presidência em 2018.
A última pesquisa Datafolha, divulgada no domingo (1), mostra que o petista tem entre 35% e 36% das intenções de voto e venceria todos os adversários no segundo turno.
Lula se comparou a Tiradentes, dizendo que este também foi perseguido, mas que suas ideias permaneceram após sua morte. "Eles mataram a carne, mas não conseguiram matar as ideias libertárias".
Lula lembrou também do ex-reitor da UFSC Luiz Carlos Cancellier de Olívio encontrado morto em um shopping de Florianópolis na manhã de segunda (2). Em carta, Cancellier relacionou sua morte ao afastamento da universidade depois de ser preso em investigações da Polícia Federal.
'DONA MARISA'
"Eu não tenho a pretensão de me matar. Vou enfrentá-los", disse. "Eles sabem que são responsáveis pela morte da dona Marisa e querem evitar que eu volte", completou.
Lula criticou ainda os processos de privatização anunciados pelo governo Temer, que eram o tema da manifestação sindical –que teve uma passeata entre as sedes da Eletrobras e da Petrobras, e palavras de ordem contra a venda da companhia elétrica e do pré-sal.
"Esses governantes que estão aí não parecem governantes, parecem gerentes das Casas Bahia", afirmou, completando que foi o presidente "que mais investiu na indústria do petróleo".
Os manifestantes, muitos deles petroleiros, lembraram do aniversário da Petrobras, que completa 64 anos nesta terça (3). Lula afirmou que a empresa não deve ser vista apenas como uma petroleira, mas como um instrumento de política econômica.
"Tem mais de 20 mil empresas que dependem dela", disse o ex-presidente, que é acusado de ter sido beneficiado pelo esquema de corrupção na estatal. Em um dos processos, Lula foi condenado por ter recebido um tríplex como contrapartida a contratos da construtora OAS com o governo federal.
Foi o segundo evento de Lula no Rio esta semana. Na segunda, ele participou de encontro nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens.

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