segunda-feira, 9 de outubro de 2017

O COMPANHEIRO BATTISTI É MAIS UM QUE VAI... 
Percival Puggina - puggina.org
 Estava certo Cesare Battista ao buscar na Bolívia um ninho para aconchegar-se. Na terra de Evo Morales ele seria um amigo do rei da coca, com as regalias que nosso poeta maior, Manoel Bandeira, descreveu em Pasárgada.
Em 2008, aconcessão de asilo político ao terrorista era absolutamente previsível. Ele mesmo, quatro anos antes, precisando escapar da França ao perder a proteção que obtivera do socialista François Mitterrand, foi para o GoogleEarth, deu uma girada no globo, e entre mais de duas centenas de destinos possíveis escolheu qual? Pois é. Veio para o Brasil de Lula. Contrariando a orientação do Procurador Geral da República e do Comitê Nacional para os Refugiados, a pátria amada abriu os braços para um sujeito condenado por quatro crimes praticados como membro de uma organização terrorista denominada PAC (Proletari Armati per il Comunismo), que atuou na Lombardia e no Vêneto no final dos anos 70.
Tudo tornava incontornável a decisão do grupo político que governava o país, mormente quando Tarso Genro assumiu o Ministério da Justiça. Afinal:
1º) Lula foi o primeiro presidente do Foro de São Paulo, entidade criada em 1990, nos moldes do Comintern soviético, para “recuperar na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu”. Essa entidade congrega partidos comunistas e de várias tendências de esquerda, bem como grupos terroristas do tipo FARC e MIR chileno.
2º) Aqui em Porto Alegre, nas edições do Foro Social Mundial, o governo petista de Olívio Dutra, por duas vezes, atraiu e recepcionou a nata e a borra da esquerda mundial. Não faltou ninguém.
3º) Em 2006, o Brasil concedeu asilo político a Olivério Medina, representante da narco-guerrilha colombiana no Brasil.
4º) Em 2007, sob o impulso de um óbvio comprometimento recíproco com as FARC, Lula comprou um atrito diplomático com a Colômbia recusando-se a declará-las como organização terrorista.
5º) Na reunião do Foro, realizada em Montevidéu, foi prestada chorosa homenagem a Manuel Marulanda, líder das FARC, morto na Colômbia. Um amplo painel, a inspirar o evento, exibia fotos dos seis chefes de Estado que o Foro já detinha em 2008, Lula incluído.
6º) Em 2008, durante os jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, o governo Lula prestou-se para capturar e despachar, via expressa, de volta para o cativeiro de Havana, os dois atletas que se evadiram da equipe.
Mas não foram apenas essas as razões da decisão do alto comando petista, no último dia do governo Lula. A principal razão da decisão estava situada no âmbito do Ministério da Justiça, onde estavam sendo decididas as questões relativas às indenizações pagas aos “perseguidos políticos”.
Os Proletari Armati per il Comunismo agiam com a mesma estratégia dos grupos esquerdistas que aqui no Brasil, simultaneamente e com idênticos ideais, também partiram para a luta armada, com assaltos a bancos, supermercados, empresas e onde houvesse dinheiro em quantidade que justificasse os riscos das “expropriações”. Se o governo Lula considerasse Battisti como terrorista e bandido, teria, por coerência, que considerar da mesma forma muitos de seus ministros e companheiros.

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