segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Espanha pretende dar visto automático para quem comprar imóveis a partir de 160 mil euros
Valor não poderia ser menor pois geraria "demanda massiva de pedidos de residência”, segundo governo espanhol
Vitor Sion - OM
O governo espanhol anunciou nesta segunda-feira (19/11) que pretende conceder visto automaticamente para os cidadãos de fora da União Europeia que comprarem apartamentos de valor superior a 160 mil euros (cerca de R$ 427 mil) no país.
De acordo com o jornal El País, o principal objetivo da mudança na legislação seria beneficiar russos e chineses, que são obrigados a pedir autorização para todas as vezes que pretendem entrar na Espanha.
O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, argumentou em favor da medida na manhã de hoje, ao dizer que “o setor imobiliário dá trabalho a muita gente, direta e indiretamente”. O líder do PP (Partido Popular) também lembrou da necessidade de vender imóveis que estão sem compradores, mesmo com os novos preços do setor no país, que “não são despropositados como eram há alguns anos”.
Agência Efe

No dia em que se reuniu com a presidente Dilma Rousseff, Mariano Rajoy defendeu nova política de concessão de vistos na Espanha

O secretário de comércio da Espanha, Jaime García-Legaz, afirmou que não é possível estabelecer a medida com um valor inferior a 160 mil euros, pois “representaria uma demanda massiva de pedidos de residência”.
Apesar do aumento das vendas dos imóveis no país em agosto e setembro, depois de 17 meses de queda desse índice, García-Legaz classifica o mercado imobiliário como “muito parado e sem perspectiva de melhoras para os próximos anos”.
O PSOE, principal partido de oposição a Rajoy, criticou a medida por representar a “mercantilização do visto de residência”. “Eles deveriam atuar para frear os despejos e diminuir o número de apartamentos vazios e famílias nas ruas”, afirmou Marisol Pérez Domínguez, secretária da entidade.
Uma reunião para acelerar a implementação dessa medida deverá ser realizada nesta terça-feira (20/11), segundo García-Legaz.

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