Advogado da estudante afirma que defesa não teve acesso ao inquérito
Pâmela Oliveira - VEJA
Sininho no protesto de invasores na prefeitura do Rio
(VEJA)
“A defesa não teve acesso ao inquérito. Por isso, minha cliente não prestou depoimento. Vou pedir vista do processo e remarcar o depoimento para que ela possa desmentir tudo isso”, disse D’Icarahy. De acordo com o advogado, o inquérito está na 27ª Vara Criminal.
Na última quarta-feira, Elisa teve computador e arquivos digitais apreendidos pela Polícia Civil. No mesmo dia, ao todo dezessete pessoas que participam de protestos foram alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça, para recolhimento de provas de crimes cometidos em manifestações. Sininho, na ocasião, também foi levada para prestar depoimento na DRCI. Sininho não depôs e teve o interrogatório remarcado. No mesmo dia, ela tinha agendado depoimento em um processo contra dois policiais militares acusados de forjar a apreensão de um explosivo com um manifestante.
“Na quarta-feira, obtive a informação de que ela (Sininho) seria ouvida como testemunha dos atos de violência, assim como os outros jovens que foram conduzidos à delegacia. Agora, somos surpreendidos por outra informação”, disse D’Icarahy.
Mascarados – Em outubro do ano passado, Elisa – vista diversas vezes à frente de manifestações com participação de black blocs – foi presa com outras 84 pessoas nas escadarias da Câmara Municipal do Rio e chegou a ser levada para uma das casas de custódia de Bangu. Na época, ela afirmou não trabalhar. Em janeiro, ela voltou a ser detida, sob acusação de ter chamado de “macaco” um PM, durante uma discussão na Lapa. Ela foi autuada, na 5ª DP (Gomes Freire), por desacato.
No mês seguinte, mais confusão. A ativista esteve na 17ª DP (São Cristóvão) para prestar solidariedade a Fábio Raposo, preso acusado de deflagrar o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, da Band. Dias depois, ela foi convocada a prestar depoimento para esclarecer um telefonema no qual afirmava que o deputado Marcelo Freixo (PSOL) teria ligação com os acusados de matar o cinegrafista. Freixo negou ter ligação com os black blocs.
Copa do Mundo – O Rio de Janeiro foi o Estado com maior duração dos protestos de rua no ano passado. Mesmo depois de arrefecido em outras capitais, o movimento persistia na cidade, com acampamentos no Centro e no Leblon, na residência do então governador Sérgio Cabral (PMDB), e ocupações de prédios públicos. A morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, atingido na cabeça por um morteiro disparado por dois mascarados, tirou força dos protestos. A aproximação da Copa do Mundo, no entanto, reanimou os manifestantes.
No dia de abertura da Copa, houve protestos na Cinelândia, na Lapa e em Copacabana, local onde foi montada uma arena da Fifa Fan Fest. Após o protesto da manhã, no Centro, houve confronto entre PMs e ativistas e três pessoas foram detidas. No protesto da tarde, pelo menos mais quatro pessoas foram detidas e três ficaram feridas.
Veja nesta notícia antiga:
Black Bloc e Sininho comandam protesto de invasores na prefeitura do Rio
Mascarados convocam manifestantes para 'reforçar' acampamento de grupo retirado de terreno da Oi, na última sexta-feira
Pâmela Oliveira - VEJA
Sininho no protesto de invasores na prefeitura do Rio
(VEJA)
O protesto de um grupo de invasores, em frente à prefeitura do Rio, transformou-se em tumulto generalizado, com lançamento de pedras contra o prédio e os guardas municipais, que precisaram formar um cordão de isolamento ao redor do Centro Administrativo São Sebastião (CASS). Às cerca de 300 pessoas que se concentravam no local, na Cidade Nova, desde o início da manhã, juntaram-se dezenas de black blocs e a estudante de cinema Elisa Quadros, a Sininho. Oficialmente, o protesto é para “cobrar solução para famílias desabrigadas” desde a desocupação do terreno da Oi, invadido por cerca de 5.000 pessoas e devolvido à empresa na última sexta-feira. Mas os movimentos recentes do grupo não deixam dúvida: os invasores são a nova massa de manobra para uma turma que quer causar baderna e reeditar o vandalismo dos últimos meses.
A situação, que parecia sob controle depois que as famílias foram
transportadas de ônibus na segunda-feira, tornou-se insustentável no
início da tarde, quando um representante da prefeitura informou que
seria interrompido o cadastramento de famílias. Na segunda-feira, foram
cadastradas 1.400 famílias – apesar de ser esse um número bem acima do
total de pessoas presentes no local. Nesta terça-feira, foram
apresentados dados de 6.000 famílias – número muito superior ao de
invasores do terreno da Oi.O protesto de um grupo de invasores, em frente à prefeitura do Rio, transformou-se em tumulto generalizado, com lançamento de pedras contra o prédio e os guardas municipais, que precisaram formar um cordão de isolamento ao redor do Centro Administrativo São Sebastião (CASS). Às cerca de 300 pessoas que se concentravam no local, na Cidade Nova, desde o início da manhã, juntaram-se dezenas de black blocs e a estudante de cinema Elisa Quadros, a Sininho. Oficialmente, o protesto é para “cobrar solução para famílias desabrigadas” desde a desocupação do terreno da Oi, invadido por cerca de 5.000 pessoas e devolvido à empresa na última sexta-feira. Mas os movimentos recentes do grupo não deixam dúvida: os invasores são a nova massa de manobra para uma turma que quer causar baderna e reeditar o vandalismo dos últimos meses.
Os problemas habitacionais do Rio são muitos. E há urgente necessidade de prover soluções de moradia para favelas e áreas de risco. Mas o que se desenha nos arredores da prefeitura, nesse momento, é mais uma intenção de aproveitar um problema real para criar o caos e impasses insolúveis. Entre os invasores da Oi, a maioria é de pessoas que moram em outras favelas e, repentinamente, decidiram criar uma nova área de moradia irregular, ilegal e sem qualquer estrutura. O Black Bloc e manifestantes de plantão aparecem, agora, para inflamar os protestos.
Sininho – Uma personagem conhecida das manifestações está, neste momento, em frente à prefeitura. A estudante de cinema Elisa Quadros, a Sininho, que sempre negou ser líder de qualquer tipo de manifestação, orienta um grupo de mulheres. Coincidência ou não, essas manifestantes partem para cima dos guardas municipais quando eles tentam desobstruir o trânsito. Cria-se a tensão e jovens com câmeras registram o conflito, para abastecer as redes sociais com denúncias de truculência.
A intenção de criar baderna é clara: até uma ambulância foi apedrejada nas imediações da prefeitura. Não houve registro de feridos no veículo. Um motorista de ônibus, no entanto, foi atingido por uma pedra lançada do meio do protesto e foi levado para o Hospital Souza Aguiar, no centro.
Mais cedo um homem foi atropelado quando atravessava correndo a Avenida Presidente Vargas. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu. Na página do Black Bloc, comentários revoltados afirmam que tratava-se de um manifestante. No local do protesto, no entanto, a reportagem do site de VEJA apurou que tratava-se, na verdade, de um jovem que praticava assaltos na região e que foi atropelado quando tentava escapar.
Ônibus apedrejado durante protesto de invasores de terreno e black blocs, no centro do Rio
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