sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Estados Unidos descartam devolver Guantánamo a Cuba
Saída dos americanos do território da ilha foi uma das exigências feitar pelo ditador Raúl Castro para a normalização das relações entre os dois países
VEJA
Soldado americano faz a segurança da base militar de Guantánamo, em Cuba
Soldado americano faz a segurança da base militar de Guantánamo, em Cuba (Brennan Linsley/AP/VEJA)
Os esforços para recompor os laços com Cuba não vão convencer os Estados Unidos a devolver a base de Guantánamo, no extremo sudeste da ilha, anunciou a Casa Branca nesta quinta-feira. "O presidente pensa, realmente, que a prisão de Guantánamo deve ser fechada. Mas a base naval não é algo que pretendemos fechar", explicou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
Sob controle americano desde um acordo firmado em 1903, 57 anos antes da revolução cubana, parte do território da província de Guantánamo abriga uma importante e estratégica base naval dos Estados Unidos, além de uma prisão militar, que, a partir de 2002, passou a receber suspeitos de ligação com o terrorismo.
Exigências – Em discurso na cúpula de países latino-americanos e caribenhos, na Costa Rica, o ditador cubano Raúl Castro citou a devolução de Guantánamo como uma das exigências aos Estados Unidos para cimentar a normalização das relações entre os dois países. Na ocasião, Raúl também cobrou o fim do embargo e uma "compensação justa" por perdas causadas pelo bloqueio econômico.
"O que esses comentários deixam claro é que existe uma diferença bastante clara entre restabelecer laços diplomáticos e desenvolver o processo mais longo da normalização das relações", observou Earnest.
EUA e Cuba anunciaram em dezembro um acordo de reaproximação. As medidas afrouxam décadas de restrições comerciais e financeiras sobre Cuba, abrindo o país para as telecomunicações, construção e serviços financeiros dos EUA. As exigências de Raúl, no entanto, indicam que as mudanças na ilha caribenha podem ficar muito aquém do esperado.
A porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, relevou as declarações do ditador cubano. "Nosso foco agora é o restabelecimento das relações diplomáticas", declarou Psaki, citando a abertura de embaixadas nos dois países. A porta-voz ressaltou que pedidos do governo cubano serão "certamente discutidos nas negociações" entre Washington e Havana.

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