sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

4) “A violência é fruto da sociedade desigual francesa e do preconceito contra imigrantes! “
Outra falácia que não resiste aos fatos: na França e na Europa há imigrantes bolivianos, brasileiros, argentinos, chineses, coreanos, tailandeses, e muitos, muitos árabes cristãos, Bahais ou Drusos. Nenhum deles saiu queimando carros, explodindo bombas ou fuzilando gente como forma de protesto. Repito. Nem todo muçulmano é jihadista. Mas o jihadismo é uma parte do islã fundamentalista.
5) “A maior tragédia é o aumento da islamofobia !”
Sim, o preconceito é uma tragédia. Mas não é a “maior tragédia” neste caso. A maior tragédia são as mortes. Não só dos cartunistas, mas dos policiais (um deles de origem árabe-islâmica, a propósito) e dos quatro reféns mortos no dia seguinte, em um mercado judaico, por outros jihadistas, em “solidariedade” aos primeiros terroristas.
Os reféns do mercado “kasher” (produtos próprios para consumo de judeus religiosos) não morreram por ofender Maomé. Tampouco eram governantes de Israel ou membros do exército israelense. Morreram pelas mãos de jihadistas porque eram judeus, comprando dentro de um mercado de produtos para judeus. Os terroristas seguiram um conhecido grito de guerra entre os jihadistas: “Itbah al Yahud” (Matem os judeus!). Onde está a turma “contra o preconceito”? Onde estão os gritos de “Je suis juif?” (“Eu sou judeu”)?
Além dos mortos nesse ataque, há literalmente centenas de milhares de mortos pelo jihadismo, sem maiores alardes ou gritos de indignação mundo afora: Sudão (300 mil), Síria (100 mil), Nova Iorque, Chicago, Madri, Londres, Nova Delhi, Jerusalém, Tel Aviv, Sderot, Bali, Moscou, Beslan/ Chechênia (sim, o conflito checheno é de matriz jihadista mas a imprensa não gosta de falar disso), Indonésia, Malásia, etc, etc, etc. A maior tragédia são as mortes e a maior parte dos mortos é muçulmana, sobretudo nos conflitos entre xiitas e sunitas, grupos que se consideram mutuamente como hereges.
Então, caro “caviar”, alertar contra o jihadismo não é islamofobia, pois os islamitas sofrem horrores, da Nigéria ao Paquistão, com atentados jihadistas.
6) “O terrorismo islamita / jihadismo é culpa dos EUA, do “Jórgibúchi” e surgiu após a invasão do Iraque ! “
Não. “O livro das Maravilhas”, de Marco Polo, escrito por volta de 1290 (eu disse mil, duzentos e noventa) descrevia, no Oriente Médio, a “seita dos hashishin”: jovens arrebanhados, doutrinados, drogados com haxixe, financiamento e fortemente treinados e doutrinados para cometer assassinatos políticos de interesse dos líderes. As missões eram suicidas e o jovem era considerado um “Shahid”, mártir, que teria direito à regalias no Paraíso, inclusive sua cota de setenta e duas virgens submissas (“Huris”), disponíveis para seu eterno deleite. Um detalhe: por causa do uso do haxixe, veio a palavra “hashishin”, de onde se deriva a palavra assassin, assassino. O retorno conhecido do fundamentalismo islamita jihadista remonta à década de 20, com a criação da Fraternidade Muçulmana e do movimento neo-wahhabita. Então, a despeito do “clichê”, acima repetido incessantemente por intelectuais ou publicações de esquerda, o terrorismo islâmico, embora não abranja todo o islã, é mais velho do que se imagina. A lista de organizações e atos jihadistas ANTES da invasão ao Iraque também é imensa e inclui, vale lembrar, o próprio 11 de setembro.

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