sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Reino Unido pede explicações por presença de bombardeiro russo no canal da Mancha
Aviões civis tiveram que ser desviados para evitar colisões com aeronaves russas que viajavam com dispositivos de comunicação desligados
O Globo
O Reino Unido convocou o embaixador russo nesta quinta-feira e pediu explicações sobre o fato de dois bombardeiros russos de longo alcance terem voado sobre o Canal da Mancha no dia anterior, forçando as autoridades britânicas a redirecionarem suas aeronaves civis.
Uma fonte do governo britânico revelou à Reuters que o incidente, que obrigou o Reino Unido a usar jatos interceptores Typhoon, era visto como “uma escalada significativa” e marcou uma mudança na estratégia já que aviões russos já haviam em grande parte, se limitado a voar próximos à Escócia.
“Foi algo muito perigoso. Os aviões civis voando para o Reino Unido tiveram que ser redirecionados”, afirmou a fonte. “Os russos estavam voando com seus dispositivos de comunicação eletrônicos desligados e só podiam ser vistos nos radares militares. Eles nunca voaram tão ao Sul”.
O Ministério das Relações Exteriores disse que convocou o embaixador russo Alexander Yakovenko para explicar o incidente, alegando que o episódio foi parte de um padrão crescente de “operações fora de área” por parte de aeronaves russas.
“Os aviões russos causaram problemas à aviação civil. É por isso que convocamos o embaixador da Rússia hoje para explicar o incidente”, afirmou o Ministério em um comunicado.
No ano passado, a Otan realizou mais de 100 interceptações de aeronaves russas, cerca de três vezes mais do que em 2013, em meio à crescente tensão entre o Ocidente e Moscou sobre a crise na Ucrânia.
O chanceler britânico, Philip Hammond, afirmou em dezembro que estava preocupado com a aproximação “extremamente agressiva” do espaço aéreo britânico por aviões militares russos após uma série de intercepções ao largo da costa escocesa.
Hammond, um ex-ministro da Defesa, havia dito anteriormente que o aumento acentuado de tal atividade nos últimos anos, é decorrente de uma reforma militar do Kremlin que foi esquecida por muitos. 
O governo britânico geralmente não se incomoda com esses voos, vendo-os como demostrações simbólicas de força por uma Rússia ressurgente disposta a lembrar o mundo que continua a ser uma potência global. Mas o aparecimento de bombardeiros russos no Canal Inglês, um corredor ocupado por aeronaves civis, levantou preocupações pelo risco de uma colisão.
Em dezembro, autoridades suecas afirmaram que um jato militar russo quase colidiu com um avião comercial de passageiros no espaço aéreo internacional próximo ao Sul da Suécia. A Rússia insistiu que seu jato manteve uma distância segura.
— É assustador. Quem faz esse tipo de coisa? — questionou a fonte do governo britânico. —Apenas a Rússia.

Nenhum comentário: