sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A PIZZARIA DO DOUTOR JANOT – Que mimo! O estado brasileiro encontrou os corruptores, mas não tem certeza se existem corrompidos…
Reinaldo Azevedo - VEJA
Então vamos lá, caros internautas. Quem lê este blog sabe desde domingo que Rodrigo Janot, procurador-geral da República, andava, digamos assim, “conversando” com José Eduardo Cadozo, ministro da Justiça. A publicação da informação me rendeu alguns ataques bucéfalos. Eu estaria, ora vejam!, fazendo carga contra o Ministério Público. Escrevi ontem um post a respeito e convidei os leitores insatisfeitos com o blog a fazer o que faço quando acho que um veículo não presta: ler outra coisa. Vamos seguir.
Às 6h21 de quarta-feira, os que acompanham esta página leram aqui um post cujo título era este: “Janot, os pedidos de abertura de inquérito e a denúncia… É preciso cuidado para que o braço político do crime não se dê bem de novo!”.
Janot inquéritos
E escrevi lá o que segue:
Janot inquéritos 2Janot inquéritos 3
Muito bem! Na Folha desta sexta, lê-se o que segue.
Folha Janot inquéritos
FOlha Janot inquéritos 2
Folha Janot inquéritos 3
Retomo
Olhem cá, meus caros: meu interesse nessa história vai nesta ordem, de acordo com a minha profissão:
1: apegar-me aos fatos — é o trabalho de um jornalista;
2: cobrar que se faça Justiça, de acordo com as leis da democracia e do estado de direito.
Reitero: os que estiverem satisfeitos com isso continuem no blog. Os que não estiverem estão a um clique de fazer a coisa certa.
Não sou adivinho. Não sou ideólogo. Não sou pitonisa. A pizza que se busca assar no petrolão é muito mais sofisticada, reitero, do que a que se assou no mensalão. Alguns espertos e expertos estão abusando da ignorância e do velho rancor contra os ricos — vocês sabem como eles têm as costas largas… — para transformar os empreiteiros nos grandes bandidos da República, enquanto os políticos, a exemplo do que se deu no mensalão, continuarão a saltitar por aí. É contra isso que me insurgi desde o princípio.
E pergunto de novo: o Ministério Público vai ou não fazer a delação premiada de Ricardo Pessoa?
Para encerrar
Naquele post de quarta-feira, deixei claro que Janot pedir ao STF o fim do sigilo dos procedimentos de investigação — incluindo inquéritos — é pura firula populista, tendente a ser rejeitada pelo tribunal. Estivesse realmente interessado em justiça e celeridade, ele ofereceria, em muitos casos escancarados, a denúncia, em vez pedir a simples abertura de inquérito.
Estamos diante de mais um caso de surrealismo explícito. Vejam que graça: temos pessoas que o estado considera “corruptoras” — os empresários denunciados —, mas esse mesmo estado tem dúvidas se existem os “corrompidos”… Ou por outra: o estado brasileiro tem certeza de que existe o criminoso, mas não está certo de que o crime tenha existido. É uma piada!
 Eu opino muito, sim. Mas a base da minha opinião são os fatos. Os incomodados que se mudem. Sobrarão muitos milhares.
Obrigado!

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