quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Fernando Pessoa

"Dorme enquanto eu velo... Deixa-me sonhar... Nada em mim é risonho. Quero-te para sonho, Não para te amar. A tua carne calma É fria em meu querer. Os meus desejos são cansaços. Nem quero ter nos braços Meu sonho do teu ser. Dorme, dorme, dorme, Vaga em teu sorrir... Sonho-te tão atento Que o sonho é um encantamento E eu sonho sem sentir."

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