sexta-feira, 15 de agosto de 2008

FILOSOFIA - Schopenhauer

"As dores do mundo Nenhum indivíduo é talhado para a duração eterna: ele sucumbe na morte. Entretanto, nada perdemos com ela. Pois a existência individual subjaz algo inteiramente outro, do qual ela é uma exteriorização. Esse algo não conhece nenhum tempo, portanto nenhuma duração ou perecimento (...) Aquela existência que permanece intocada na morte do indivíduo não possui por formas nem o tempo nem o espaço: por outro lado, tudo o que é real para nós apareceu nessas formas, por isso, a morte nos aparece como uma aniquilação. Cada pessoa sente que é algo mais do que um ser criado por outros a partir do nada. Daí lhe nascer a convicção de que a morte até pode colocar fim à sua vida, mas não à sua existência. Por conta da forma cognitiva do tempo, o homem se apresenta como uma raça de seres nascendo e morrendo continuamente. O homem é algo mais do que um nada vivificado (...) Como pode um homem, diante da visão da morte, supor que por ela uma coisa-em-si se torne um nada (...) É um conhecimento imediato e intuitivo de cada homem que, aquilo que encontrar o seu fim, é antes apenas um fenômeno no tempo, sem que a coisa-em-si seja atingida pela morte (...) (...) Podemos, por conseguinte, considerar cada homem a partir de dois pontos de vista opostos: de um, ele é o fugidio e efêmero indivíduo, que principia e finda temporalmente, fatalmente atado a erros e dores; - de outro, ele é a essência originária indestrutível, a objetivar-se em toda existência (...)"

Um comentário:

T disse...

Ô, meu filósofo favorito apareceu por aqui.

"Quem concebe sua existência apenas como simples efeito do acaso, sem dúvida deve temer perdê-la pela morte."

"Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência."

Schopenhauer