Graça Foster diz que perdas na Petrobras podem ser maiores
Presidente da estatal informa que pode ampliar análise de ativos: 'Cresce o número de empresas, cresce esse número'
BRUNO ROSA / RAMONA ORDOÑEZ - O Globo
— A resposta (para o valor referente à corrupção) não é
trivial e depende da evolução dos processos na Polícia Federal. Se
tivermos mais depoimentos em que surjam outras empresas, temos que
buscar, abrir e esse número cresce. Os R$ 188,4 bi contemplam os grandes
ativos da companhia. Esse numero aqui não é firme e depende dos números
de empresas que estão sendo informadas pelo Ministério Público. Cresce o
número de empresas, cresce esse número — disse a executiva,
referindo-se ao valor citado no balanço como referente aos contratos
firmados entre a estatal e empresas investigadas na Operação Lava-Jato.
Graça
detalhou ainda a explicação para o descarte do cálculo de ativos
superavaliados, que acabaram não entrando no balanço divulgado na
madrugada de quarta-feira.
— Novos ajustes podem ser feitos dependendo das novas
informações - disse ela. - Não recomendamos ao Conselho a utilização do
valor justo. Essa metodologia de valor justo que inclui várias
variáveis, como mudanças de projeções de preços e demanda dos produtos,
mudanças nos preços do equipamentos, deficiências no planejamento do
projeto, etc. Na análise das consultorias independentes, há vários
"disclouseres" que indicam que mudanças nos números podem ocorrer. Por
isso, a Petrobras recomendou não usar esse cálculo de valor justo —
disse ela.
Graça disse que está aprofundando a análise das informações para atender às exigências dos órgãos reguladores.
— Vamos fazer uma limpeza muito firme e dedicada para ter
uma avaliação correta para nosso patrimônio liquido. A posição de caixa
da Petrobras não é afetada por ajustes da corrupção ou por reavaliação
dos seus ativos — destacou Graça.
Almir Barbassa, diretor financeiros da Petrobras, afirmou
que a companhia tem quatro meses para apresentar seu balanço auditado
sem ter nenhum tipo de perda financeira. Isso porque depois desse
período os donos de títulos (bonds) da companhia emitidos nos EUA podem
pedir a antecipação do vencimento, o que pode aumentar o vencimento da
companhia.
— Temos 120 dias para apresentar e mais 30 dias de cura.
Temos quatro meses para apresentar o balanço auditado sem incorrer em
nenhuma perda — disse ele, destacando que o endividamento chegou a
R$331,7 bilhões no fim de setembro, maior que os R$ 249 bilhões de
setembro de 2013.
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