domingo, 30 de outubro de 2011

DIVISÃO DO PARÁ: A DESGRAÇA NO BRASIL PARECE NÃO TER FIM

Divisão do Pará pode dar prejuízo à União

Se Carajás e Tapajós forem deficitários, governo federal terá de cobrir a diferença, como fez na criação de Tocantins

Adeptos da separação negam cálculo, mas admitem que a União teria de reduzir verbas para os demais Estados

AGUIRRE TALENTO - BELÉM -FSP

A conta pela criação dos Estados de Carajás e Tapajós, que podem surgir da divisão do Pará, deve ser paga pela União e pelos outros Estados.
Em 11 de dezembro, os paraenses decidirão em plebiscito se desejam a divisão. Caso repita o acordo feito com Tocantins, em 1988, a União injetará mais de R$ 1 bilhão nos dois novos Estados.
Carajás e Tapajós poderão pleitear benefício semelhante ao de Tocantins, que recebeu um auxílio que, hoje, equivale a R$ 680 milhões.
Outra possibilidade é que Carajás e Tapajós se beneficiem de aumento nos repasses federais do FPE (Fundo de Participação dos Estados). Nesse caso os demais Estados é que perderiam recursos.
Essa guerra de números já esquenta a campanha do plebiscito sobre a divisão do Pará. Há duas projeções: os favoráveis a Carajás e Tapajós preveem máquinas públicas enxutas, e o outro lado faz cálculos levando em conta uma administração inchada.
Os defensores da divisão se apoiam no economista Célio Costa, que ajudou a criar o Tocantins e prevê um aumento nos repasses do FPE.
O Pará recebeu R$ 2,9 bilhões de FPE em 2010. Costa calcula que, com a divisão, os novos Estados já receberiam mais que isso. Ele estima R$ 1,1 bilhão para Carajás e R$ 2,2 bilhões para Tapajós.
Somando tais repasses à arrecadação, cada Estado teria uma receita de R$ 3 bilhões e chegaria ao equilíbrio.
Mas, nesse caso, o acréscimo de R$ 3,3 bilhões seria abatido das transferências aos demais Estados. Só o Pará perderia R$ 300 milhões.
A estimativa usada na campanha contra a divisão é do economista Rogério Boueri, do Ipea. Ele calcula que os novos Estados seriam inviáveis.
Levando em conta os futuros PIBs de Carajás e Tapajós, ele afirma que os Estados, juntos, teriam um deficit anual de R$ 1,9 bilhão, que teria de ser bancado pela União.

Tocantins vendeu áreas públicas para conseguir dinheiro

DE BELÉM

Separado de Goiás a partir de 1989, Tocantins teve de vender terrenos públicos para obter recursos.
Para poder construir a capital, Palmas, foi necessário desapropriar terrenos e vendê-los a particulares, disse o economista Joaquín Cifuentes, da Secretaria de Planejamento de Tocantins.
Ele disse que o auxílio da União só saiu em 2005. "Fizemos uma atualização dos valores que o governo federal investiu em Mato Grosso do Sul. O combinado era que receberíamos o mesmo", disse Cifuentes. O valor hoje ficaria em R$ 680 milhões.

Do Blog:
Separar para quê?  Para criar mais um Piauí, um Maranhão, um Amapá, um Ceará?
Não.  Separar para que cada corrupto tenha o seu feudo, sustentado com verbas da União.
Haverá uma proliferação de Sarneys, Calheiros, Gomes et caterva. 

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