sexta-feira, 28 de outubro de 2011

MAIS DO MESMO: ENEM FRAUDADO

Ceará dá prazo até segunda-feira para Inep se manifestar sobre pedido de anulação do Enem 2011

O Globo
RIO - O juiz Luis Praxedes Vieira da Silva, titular da 1 Vara da Justiça Federal no Ceará, deu um prazo até as 12h46 da próxima segunda-feira para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) se manifestar sobre o pedido de anulação total do Enem, feito pelo procurador da República Oscar da Costa Filho, do Ministério Público Federal (MPF) do Ceará.
Na quinta-feira, o procurador cearense ajuizou uma ação exigindo que as provas dos mais de 4 milhões de candidatos do Enem no Brasil sejam anuladas. Costa Filho entrou com a ação depois de o MEC decidir que anularia somente os exames dos 639 alunos do Christus que tiveram acesso prévio às 14 questões da prova aplicada no último fim de semana. Segundo ele, a decisão é inconstitucional e qualquer anulação deveria englobar todos os candidatos.
Em outra medida que põe pressão sobre o MEC, a Defensoria Pública da União, em Brasília, recomendou ao Inep anulação do exame para os candidatos de todo o país ou, ao menos, das 14 questões a que os alunos do Colégio Christus, de Fortaleza, tiveram acesso previamente em uma apostila da escola. Já Em Belo Horizonte, o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) recorreu ao MPF para garantir que o resultado do exame nacional não seja divulgado antes de o MEC definir se cancela ou não a prova em nível nacional.
- Queremos uma liminar para não divulgarem o resultado do Enem enquanto não houver a decisão sobre a anulação da prova. O MEC reconheceu que os alunos da Escola Christus tiveram o privilégio de conhecer essas questões, mas não podemos dimensionar a que nível chegou essa quebra de sigilo em outros estados. As escolas mineiras estão muito preocupadas com o descrédito que o Enem passa para os alunos e suas famílias - disse Barbini
Também na capital mineira, foi revelado na internet que o Colégio Bernoulli aplicou uma questão num simulado, em setembro, parecida com uma cobrada no Enem do último fim de semana. A pergunta 77 da prova da escola é bastante similar à questão 137 do caderno amarelo do exame do MEC.
Segundo o MEC, trata-se apenas de uma "coincidência". O órgão informou que a escola não fornece itens para o Enem e que nenhum colégio mineiro sequer participou do pré-teste.
A pasta também negou que 320 alunos de um curso pré-vestibular que funciona no Colégio Christus, em Fortaleza, também tiveram acesso às 14 questões idênticas às do Enem que havia numa apostila da escola. De acordo com Nunzio Filho, assessor especial do Ministro da Educação, Fernando Haddad, a Polícia Federal trabalha com a hipótese de um professor de física ter passado o material para um grupo restrito de estudantes do curso regular de ensino médio.
- Já esperávamos essa informação. É natural que a escola busque argumentos para forçar a anulação da prova para todos os candidatos. Mas estamos absolutamente seguros de que a apostila não foi passada ao cursinho e ficou restrita ao colégio - garantiu Filho.
Em nota, o colégio informou que vai recorrer da decisão do Ministério de cancelar a prova dos alunos do Christus. A escola nega ter praticado qualquer ato ilegal. Para o colégio, a solução mais justa é anular somente as questões que vazaram.

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