Irã ironiza pedido de Obama para reaver avião-espião americano
Chancelaria diz que EUA deveriam pedir desculpas ao invés de tentar recuperar aparelho
TEERÃ - A queda de um avião não tripulado dos EUA que o Irã afirma ter derrubado no último dia 4 continua mantendo em alta as tensões entre os dois países, que agora se enfrentam sobre o destino do aparelho. Barack Obama pediu a devolução do RQ-170 Sentinel, mas autoridades iranianas não só rejeitaram o pedido nesta terça-feira, como também afirmaram que o presidente americano deveria ter se desculpado pelo que consideram uma violação de seu espaço aéreo.
O ministro da Defesa, general Ahmad Vahidi, e o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, seguiram a mesma linha ao comentar o pedido de Obama. Vahidi afirmou que o avião é "propriedade da República Islâmica". Já Mehmanparast voltou a acusar os EUA de espionagem e usou um tom de ameaça ao afirmar que o caso coloca a paz mundial em risco.
- Parece que (Obama) se esqueceu que nosso espaço aéreo foi violado, uma operação de espionagem foi conduzida e a lei internacional ignorada - afirmou o porta-voz da chancelaria. - Ao invés de um pedido de desculpa oficial pela ofensa que cometeu, ele está fazendo este pedido. A América deve saber que a violação do espaço aéreo pode ameaçar a paz e a segurança mundiais.
Inicialmente, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) chegou a informar que o avião poderia ser um aparelho com o qual os EUA perderam contato enquanto sobrevoava o Afeganistão. O Irã afirma ter derrubado o aparelho perto da fronteira com o país vizinho. Fontes americanas já admitiram, porém, que o chamado drone realizava em uma missão sobre o território iraniano.
O governo da República Islâmica já levou o caso ao Conselho de Segurança da ONU, pedindo uma ação para por fim a estes "atos ilegais". Além disso, o Parlamento iraniano aprovou uma resolução classificando o episódio como "evidência de terrorismo internacional".
Ameaça contra declarações sobre possível ação militar
Paralelamente, os EUA ampliaram nas últimas semanas, em conjunto com Reino Unido e Canadá, suas sanções ao Irã. A medida provocou a ira de manifestantes iranianos, que invadiram a embaixada britânica. O ataque levou à retirada do embaixador britânico de Teerã e a expulsão de todos os diplomatas iranianos em Londres. O embaixador suíço na capital iraniana, que representa os interesses dos EUA no Irã desde que os dois países romperam relações, também foi convocado a dar explicações sobre o caso.
Recentes declarações de pré-candidatos republicanos à presidência americana também contribuem para piorar as relações de EUA e Irã. Políticos que querem evitar a reeleição de Obama em 2012 vêm discutindo a possibilidade de conduzir um ataque ao Irã, alegando a necessidade de conter seu programa nuclear. Até mesmo o presidente democrata reafirmou recentemente seu país não descarta uma ação militar, declaração criticada pela chancelaria iraniana.
- É melhor que eles não usem frases como 'todas as opções estão sobre a mesa' - afirmou o porta-voz do ministério.
Do Blog:
Uma vergonha para uma nação, que teve gigantes na presidência, ter que aturar a gozação de um país medíocre, atrasado mesmo, governado por demente com tentências assassinas.
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