Vivian Yee - NYT
Este não é apenas uma história única em Nova York.
É uma história única também na Times Square, um lugar onde o Beer Man [Homem-Cerveja] e o Weed Man in a Box [Homem-Maconha na Caixa] podem estrelar como atores principais; outro Homem-Maconha pode ser falsamente acusado; e Alien e Predador podem servir de testemunhas a um ataque pobre num bairro rico.
Há mais de seis meses atrás, o Weed Man in a Box, ou "Cabeça de Maconha" para alguns, começou a perambular ao redor do calçadão da Rua 46 e Sétima Avenida, com uma caixa de papelão na cabeça e um cartaz no peito, pedindo dinheiro para turistas com um pregão simples: "Eu sou o homem-maconha. Sou atraente demais para mostrar meu rosto."
Por mais charmosa que esta tática possa ter sido para alguns, sua aparência irritou os outros mendigos criativos de Times Square, que não ganham a vida vestindo fantasias de Elmo ou se cobrindo de tinta metalizada, mas simplesmente anunciando suas necessidades de maconha, cerveja ou ambos em cartazes escritos a mão.
Como as performances de rua para ganhar dinheiro são um negócio sério em Midtown, tensões de longa data que vinham fervilhando entre o homem da caixa e um de seus rivais acabaram em violência, quando o homem da caixa supostamente agrediu um mendigo concorrente, Wayne Semancik, ferindo-o cinco vezes na cabeça e no peito com uma caneta.
Semancik, 56, disse que o homem acusado de atacá-lo (a quem ele conhece como Andre, mas que a promotoria pública de Manhattan disse se chamar Dwight Laird) havia cometido a ofensa de dizer a um jornal local que todos os seus concorrentes eram vigaristas, viciados em drogas e ladrões.
"Eu não sou um viciado em drogas, mocinha", disse Semancik no domingo, embora tenha reconhecido uma certa familiaridade com a maconha. Em vez disso, ele diz que é um empresário, alegando ter guardado dinheiro suficiente, durante os 14 anos que pediu esmolas em Times Square, para comprar uma casa pequena nas montanhas da Pensilvânia. Seu escritório é um hidrante e um poste do lado de fora do edifício Thomson Reuters na Sétima Avenida.
O cartaz de Semancik, que pede "um troco para comprar maconha, pizza e cerveja" tem uma abordagem mais ampla do que a caixa de Laird, que, em sua obstinação, poderia dar aos políticos uma lição de disciplina ao transmitir uma mensagem. "Maconha o dia inteiro e maconha a noite inteira", diz um dos lados da caixa, de acordo com um vídeo publicado no YouTube.
As relações se deterioraram ainda mais quando Laird bateu num dos amigos de Semancik na cabeça com uma garrafa de água congelada, disse Semancik.
Mesmo assim, as coisas haviam se acalmado numa trégua prolongada, embora tensa, até sexta-feira, quando, segundo Semancic, Laird cuspiu em seu rosto.
"Você sabe o quê? Vou bater em você. Vou te machucar", disse Semancik, com seus olhos azuis fixos. "Chega, é o bastante. Então eu avancei e plaf – bati nele."
Semancik sabe como cuidar de si mesmo: ele disse que tem histórico com a polícia, incluindo algumas condenações criminais. Mas o homem da caixa tinha uma caneta no bolso, e Semancik acabou com ferimentos manchados de tinta no nariz, queixo, couro cabeludo e no peito.
Questionadas na segunda-feira, várias das figuras fantasiadas – entre elas Buzz Lightyear, Mario, Luigi, Hello Kitty e uma variedade de Elmos e Cookie Monsters – pareceram perplexas ao ouvir sobre a violência.
Um Cookie Monster deu de ombros, como se dissesse que ele não tinha nenhuma informação, e ofereceu um abraço em compensação.
No entanto, embora os mundos das fantasias e das roupas comuns na Times Square sejam normalmente separados, dois dos personagens atravessaram essa barreira na sexta à noite: uma fotografia no jornal The Daily News mostrou a polícia entrevistando Alien e Predator como testemunhas após o episódio. (Semancik disse que, longe de serem concorrentes, eles são irmãos da Carolina do Norte que trabalham juntos.)
Laird, 30, declarou-se inocente. Um juiz soltou-o sob fiança.
Um juiz soltou-o em sua própria fiança.
O ataque teve repercussões para outros homens-maconha da Times Square: pelo menos uma fonte de notícias, o blog Gothamist, citou outro "empresário" de cartaz em punho, Josué Longo, como o agressor, embora Semancik tenha dito negado o envolvimento do homem. Mas um outro, que se identificou como Super-Homem, disse que queria que todos os homens-maconha se deem bem, para evitar que a polícia tire todos dali.
Enquanto isso, o negócio do Semancik vai melhor do que nunca.
"Ei, você sabe onde consigo uma erva boa por aqui?", perguntou um passante depois de deixar um dólar em sua xícara.
Semancik sorriu mas guardou seu segredo.
Tradução: Eloise de Vylder
É uma história única também na Times Square, um lugar onde o Beer Man [Homem-Cerveja] e o Weed Man in a Box [Homem-Maconha na Caixa] podem estrelar como atores principais; outro Homem-Maconha pode ser falsamente acusado; e Alien e Predador podem servir de testemunhas a um ataque pobre num bairro rico.
Há mais de seis meses atrás, o Weed Man in a Box, ou "Cabeça de Maconha" para alguns, começou a perambular ao redor do calçadão da Rua 46 e Sétima Avenida, com uma caixa de papelão na cabeça e um cartaz no peito, pedindo dinheiro para turistas com um pregão simples: "Eu sou o homem-maconha. Sou atraente demais para mostrar meu rosto."
Por mais charmosa que esta tática possa ter sido para alguns, sua aparência irritou os outros mendigos criativos de Times Square, que não ganham a vida vestindo fantasias de Elmo ou se cobrindo de tinta metalizada, mas simplesmente anunciando suas necessidades de maconha, cerveja ou ambos em cartazes escritos a mão.
Como as performances de rua para ganhar dinheiro são um negócio sério em Midtown, tensões de longa data que vinham fervilhando entre o homem da caixa e um de seus rivais acabaram em violência, quando o homem da caixa supostamente agrediu um mendigo concorrente, Wayne Semancik, ferindo-o cinco vezes na cabeça e no peito com uma caneta.
Semancik, 56, disse que o homem acusado de atacá-lo (a quem ele conhece como Andre, mas que a promotoria pública de Manhattan disse se chamar Dwight Laird) havia cometido a ofensa de dizer a um jornal local que todos os seus concorrentes eram vigaristas, viciados em drogas e ladrões.
"Eu não sou um viciado em drogas, mocinha", disse Semancik no domingo, embora tenha reconhecido uma certa familiaridade com a maconha. Em vez disso, ele diz que é um empresário, alegando ter guardado dinheiro suficiente, durante os 14 anos que pediu esmolas em Times Square, para comprar uma casa pequena nas montanhas da Pensilvânia. Seu escritório é um hidrante e um poste do lado de fora do edifício Thomson Reuters na Sétima Avenida.
O cartaz de Semancik, que pede "um troco para comprar maconha, pizza e cerveja" tem uma abordagem mais ampla do que a caixa de Laird, que, em sua obstinação, poderia dar aos políticos uma lição de disciplina ao transmitir uma mensagem. "Maconha o dia inteiro e maconha a noite inteira", diz um dos lados da caixa, de acordo com um vídeo publicado no YouTube.
As relações se deterioraram ainda mais quando Laird bateu num dos amigos de Semancik na cabeça com uma garrafa de água congelada, disse Semancik.
Mesmo assim, as coisas haviam se acalmado numa trégua prolongada, embora tensa, até sexta-feira, quando, segundo Semancic, Laird cuspiu em seu rosto.
"Você sabe o quê? Vou bater em você. Vou te machucar", disse Semancik, com seus olhos azuis fixos. "Chega, é o bastante. Então eu avancei e plaf – bati nele."
Semancik sabe como cuidar de si mesmo: ele disse que tem histórico com a polícia, incluindo algumas condenações criminais. Mas o homem da caixa tinha uma caneta no bolso, e Semancik acabou com ferimentos manchados de tinta no nariz, queixo, couro cabeludo e no peito.
Questionadas na segunda-feira, várias das figuras fantasiadas – entre elas Buzz Lightyear, Mario, Luigi, Hello Kitty e uma variedade de Elmos e Cookie Monsters – pareceram perplexas ao ouvir sobre a violência.
Um Cookie Monster deu de ombros, como se dissesse que ele não tinha nenhuma informação, e ofereceu um abraço em compensação.
No entanto, embora os mundos das fantasias e das roupas comuns na Times Square sejam normalmente separados, dois dos personagens atravessaram essa barreira na sexta à noite: uma fotografia no jornal The Daily News mostrou a polícia entrevistando Alien e Predator como testemunhas após o episódio. (Semancik disse que, longe de serem concorrentes, eles são irmãos da Carolina do Norte que trabalham juntos.)
Laird, 30, declarou-se inocente. Um juiz soltou-o sob fiança.
Um juiz soltou-o em sua própria fiança.
O ataque teve repercussões para outros homens-maconha da Times Square: pelo menos uma fonte de notícias, o blog Gothamist, citou outro "empresário" de cartaz em punho, Josué Longo, como o agressor, embora Semancik tenha dito negado o envolvimento do homem. Mas um outro, que se identificou como Super-Homem, disse que queria que todos os homens-maconha se deem bem, para evitar que a polícia tire todos dali.
Enquanto isso, o negócio do Semancik vai melhor do que nunca.
"Ei, você sabe onde consigo uma erva boa por aqui?", perguntou um passante depois de deixar um dólar em sua xícara.
Semancik sorriu mas guardou seu segredo.
Tradução: Eloise de Vylder
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