STJ autoriza inquérito contra Pezão baseado na delação da Odebrecht
Governador do Rio é acusado de receber R$ 20,3 milhões via caixa dois em 2014
O Globo
O ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça
(STJ), autorizou a abertura de um inquérito para investigar o governador
do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), a partir da delação
premiada de executivos da Odebrecht.
A investigação foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República
(PGR), que afirmou existirem indícios de que Pezão recebeu doações em
caixa dois da Odebrecht durante a eleição de 2014.
Em sua decisão, Luis Felipe Salomão destacou que o pedido da PGR
apresenta, em tese, “a existência de fundamentos suficientes para a
prática" de corrupção passiva. O caso irá tramitar em sigilo.
O juiz pediu para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviar a
prestação de contas da campanha do governador, e para as forças-tarefas
da Lava-Jato no Rio e em Curitiba compartilharem informações.
Ex-presidente da construtora Odebrecht, Benedicto Júnior afirmou, em sua delação, que a empresa pagou R$ 20,3 milhões na campanha de Pezão em 2014,
via caixa dois — a prestação de contas apresentada pelo governador ao
TSE não traz doações da Odebrecht. A empresa teria pago ainda € 1 milhão
ao marqueteiro de Pezão em 2014, Renato Pereira, a pedido do
ex-governador Sergio Cabral.
No depoimento, o ex-presidente da construtora identificou repasses
para a campanha de Pezão relacionados ao contrato da Linha 4. Segundo o
delator, os pagamentos aconteceram a pedido de Cabral. “O Pezão não
sentou com a Odebrecht para pedir dinheiro”, disse Benedicto Júnior.
Na época, Pezão divulgou uma nota afirmando que nunca recebeu
recursos ilícitos e jamais teve conta no exterior. Ele disse ainda que
todas as doações foram feitas de acordo com a Justiça Eleitoral.
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