sexta-feira, 15 de setembro de 2017

STJ autoriza inquérito contra Pezão baseado na delação da Odebrecht
Governador do Rio é acusado de receber R$ 20,3 milhões via caixa dois em 2014
O Globo
O ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizou a abertura de um inquérito para investigar o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), a partir da delação premiada de executivos da Odebrecht.
A investigação foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que afirmou existirem indícios de que Pezão recebeu doações em caixa dois da Odebrecht durante a eleição de 2014.
Em sua decisão, Luis Felipe Salomão destacou que o pedido da PGR apresenta, em tese, “a existência de fundamentos suficientes para a prática" de corrupção passiva. O caso irá tramitar em sigilo.
O juiz pediu para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviar a prestação de contas da campanha do governador, e para as forças-tarefas da Lava-Jato no Rio e em Curitiba compartilharem informações.
Ex-presidente da construtora Odebrecht, Benedicto Júnior afirmou, em sua delação, que a empresa pagou R$ 20,3 milhões na campanha de Pezão em 2014, via caixa dois — a prestação de contas apresentada pelo governador ao TSE não traz doações da Odebrecht. A empresa teria pago ainda € 1 milhão ao marqueteiro de Pezão em 2014, Renato Pereira, a pedido do ex-governador Sergio Cabral.
No depoimento, o ex-presidente da construtora identificou repasses para a campanha de Pezão relacionados ao contrato da Linha 4. Segundo o delator, os pagamentos aconteceram a pedido de Cabral. “O Pezão não sentou com a Odebrecht para pedir dinheiro”, disse Benedicto Júnior.
Na época, Pezão divulgou uma nota afirmando que nunca recebeu recursos ilícitos e jamais teve conta no exterior. Ele disse ainda que todas as doações foram feitas de acordo com a Justiça Eleitoral.

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