quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

BÉLGICA CHOCADA DIANTE DA VIOLÊNCIA

Ataque em Liege vira desafio para o novo premier belga
País questiona legislação e desempenho da Justiça; atirador tinha passagem pela polícia
O Globo
BRUXELAS - Escolhido para tentar livrar a Bélgica da crise econômica que atinge a Europa e dar fim a um impasse político, o novo premier Elio Di Rupo se deparou na terça-feira com um outro tipo de desafio, menos de uma semana após assumir o cargo. Após a notícia dos ataques, uma polêmica se instalou imediatamente: como um homem condenado por posse de armamento pesado conseguiu adquirir novas armas enquanto estava em liberdade condicional? Em 2008, quando foi preso, o atirador, Nordine Amrani, se negou a dizer à polícia onde ele conseguia as armas — e para qual finalidade.
A partir de agora, Di Rupo terá que enfrentar uma série de críticas à legislação do país, já que Amrani havia sido condenado, em 2008, a 58 meses de prisão, mas foi posto em liberdade condicional em outubro de 2010. Ontem, a promotora Daniele Reynders se justificou, declarando que nunca havia notado indícios de problemas mentais em Amrani. Mas o premier pode também tirar do ataque uma ocasião para unir valões (francófonos) e flamengos — uma dura tarefa num país que ficou mais 500 dias sem governo por causa de desentendimentos entre políticos das duas principais regiões da Bélgica.

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