Extremista italiano mata dois senegaleses em Florença
Homem abriu fogo em dois mercados da cidade e feriu outros três africanos
O Globo
Com agências internacionais
FLORENÇA, Itália - Um italiano abriu fogo contra ambulantes nas ruas de Florença, matando dois senegalês e ferindo outros três africanos, no que parece ter sido um ataque racista. Gianluca Casseri, de 50 anos, se suicidou após ser encurralado por policiais.
Segundo testemunhas, Casseri, identificado como um extremista de direita pela polícia italiana, estacionou seu carro na praça Dalmazia por volta da hora do almoço, deixou o veículo e começou o tiroteio. No primeiro ataque, ele matou dois ambulantes e feriu gravemente um terceiro. Depois, Casseri ainda foi ao mercado de San Lorenzo, onde voltou a abrir fogo contra outros dois vendedores de ruas também senegaleses. Depois do segundo tiroreio, Casseri retornou ao carro e deu um tiro contra a própria garganta.
Em comunicado, o presidente italiano, Giorgio Napolitano, condenou todas as formas de “violência racista e de xenofobia”, classificando o ataque como “bárbaro” e pedindo que autoridades “combatam pela raiz toda maneira de intolerância”. O prefeito de Florença, Matteo Renzi, disse à imprensa local que a cidade está “em prantos” e descartou a possibilidade do autor do crime ser maluco.
Os ataques aumentaram a tensão entre a comunidade africana em Florença. Dezenas de pessoas marcharam rumo a Prefeitura para pedir justiça. Muitos senegaleses trabalham como vendedores ambulantes em cidades turísticas da Itália, como Roma e Milão.
- Não me diga que ele era maluco, porque se ele fosse louco teria matado tanto brancos quanto negros - disse um africano que participou da marcha nesta terça-feira.
Do Blog:
Esse sentimento existe em toda a Itália. Em florença, além dos ambulantes, existem barracas improvidadas em praças públicas onde os africanos pedem refúgio alegando terríveis condições de vida nos seus países, ou que são vítimas de guerras civis entre diferentes tribos e partidos políticos.
Em Roma, além dos africanos, a raiva do italiano recai nos ciganos que povoam as ruas da Cidade Eterna e promovem pequenos furtos.
Com a crise econômica, essa xenofobia se acentua todos os dias, culminando com um episódio retratado pela notícia acima transcrita.
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