As vendas de carne bovina Made in Argentina ao exterior caíram 77% entre 2006 e 2014.
Ariel Palácios - OESP
Os quadrúpedes bovinos acima foram ilustrados pelo holandês Vicent Van Gogh (1890)
A Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados (Ciccra) anunciou que as vendas de carne bovina Made in Argentina
ao exterior caíram 77% entre 2006 e 2014. Segundo os empresários, o
motivo da queda significativa das exportações de um dos produtos-símbolo
do país foi a série de restrições aplicadas sobre estas vendas a partir
de 2006 pelo governo do presidente Néstor Kirchner (2003-2007). O
governo pretendia desviar o produto para o mercado interno e assim
forçar uma queda do preço da carne, elemento fundamental da mesa
cotidiana dos argentinos.
No entanto, os governos de Néstor
Kirchner e de sua sucessora, a presidente Cristina Kirchner, não
conseguiram impedir a alta de preços da carne no mercado interno.
Segundo o relatório da Cira, o preço da carne aos consumidores nos
açougues aumentou 350% desde 2006.
O consumo de carne caiu de 68,5 quilos em
2007 por ano para os atuais 61 quilos. Por causa da crise no setor 132
frigoríficos tiveram que fechar suas portas, com a perda de 16.650
postos de trabalho. Segundo a Cira, “a política anti-pecuarista do
governo custou ao país o total de US$ 24,86 bilhões”.
Hércules lidando com mais uma das
várias tarefas que teve que fazer com herói free-lancer nos tempos
mitológicos helênicos. Nesta ilustração de Antonio Tempesta (1555-1630),
Hércules dá uns sopapos no touro de Posseidon em Creta. Esse foi seu
sétimo trabalho.IMPORTAÇÕES - Enquanto as exportações sofrem restrições, as importações também padecem problemas. Além das barreiras alfandegárias, o ato de importar tornou-se uma tarefa de Hércules devido à dificuldade de ter acesso a dólares para poder pagar as compras no exterior.
Segundo a Câmara de Importadores da Argentina (Cira), os importadores acumulam uma dívida entre US$ 5 bilhões e US$ 5,5 bilhões com os fornecedores no exterior. Desse total, US$ 2,5 bilhões correspondem à indústria automotiva argentina.
Há duas semanas o governo Kirchner anunciou que o Banco Central liberaria US$ 100 milhões a dividir entre as empresas do setor de acordo com suas posições de mercado e necessidades. No entanto, segundo Miguel Ponce, porta-voz da Cira, esse volume de dinheiro “é apenas um terço do total que as empresas precisam”
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