Reinaldo Azevedo - VEJA
Há um traço na indumentária de Fernando Lugo, presidente impichado do Paraguai, que a muitos passa despercebido. Ele usa uns blusões que, quando fechados, fazem com que a gola simule um colarinho clerical. Força a mão para tentar a sua identificação com a Igreja num país majoritariamente católico, onde a função inspira naturalmente respeito. Ele não pode usar mais o colarinho porque foi suspenso de suas obrigações religiosas, embora, oficialmente, continue “bispo”.
O colarinho clerical tem um forte apelo simbólico. É uma marca que indica que ali está um servo de Cristo e de sua Igreja. Assim, o sacerdote que o enverga está dizendo que não vive para si, mas para servir à causa de Deus — algumas denominações protestantes também o adotam.
Dada a história deste prolífico bispo — ninguém sabe quantas são as crianças que poderiam chamá-lo de “papai” —, jamais mereceu usar o colarinho original. E o falso é emblema de sua seriedade.
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