Essa recaída, após 18 meses de crescimento em 2011 e 2012, vem sobretudo de um contágio do resto da Europa. As exportações têm recuado mais do que o previsto, um ponto crítico para a Irlanda, que tem uma economia muito aberta e serve de retaguarda para o resto do Velho Continente e várias multinacionais. O fenômeno foi agravado com a expiração de várias patentes farmacêuticas importantes, um dos principais setores do país.
Diante da desaceleração de seus parceiros, a Irlanda não possui uma economia interna suficientemente sólida para assumir a demanda. Após cinco anos de austeridade, os irlandeses não voltaram a consumir. É verdade que há alguns sinais positivos: o desemprego está em queda, passando de 15,1% para 13,7%. Os preços dos imóveis, depois de caírem pela metade, recomeçaram a subir nas grandes cidades. Mas são mais sinais de estabilização do que de crescimento. "Na melhor das hipóteses, teremos este ano um crescimento zero", acredita Alan McQuaid, economista da Merrion Capital.
Sua taxa de obrigações da dívida, que caiu de 14% para cerca de 4%, pode confirmar isso. O país emite obrigações regularmente, para testar o mercado. Em março, ele chegou a testar as obrigações em dez anos, referência na matéria. Com sucesso: elas tiveram uma ampla procura, 82% por investidores estrangeiros. Resultado: o Estado irlandês reuniu o suficiente para se financiar até março de 2015. Tanto que, embora a economia continue hesitante, a Irlanda deverá se permitir retomar sua independência financeira. "Os novos números da economia não mudam em nada e há a probabilidade de saírem do plano", confirma McQuaid.
No entanto, mesmo nesse cenário positivo, a Irlanda ainda não virou a página. Dublin atualmente está preparando um "plano de ajuda condicional", uma espécie de garantia a ser utilizada após a saída do plano de resgate. Na prática, o FMI e a União Europeia abririam uma linha de crédito à qual a Irlanda poderia recorrer em caso de necessidade. Seu montante poderá ser de 15 bilhões de euros, ou seja, um ano de financiamento do Estado. Essa ajuda não seria gratuita: em troca, a Irlanda se comprometeria a continuar as reformas e a disciplina orçamentária atual. "A questão é então política: como fazer para que as condições não pareçam um segundo plano de ajuda?", diz um oficial irlandês.
Tradutor: UOL
Diante da desaceleração de seus parceiros, a Irlanda não possui uma economia interna suficientemente sólida para assumir a demanda. Após cinco anos de austeridade, os irlandeses não voltaram a consumir. É verdade que há alguns sinais positivos: o desemprego está em queda, passando de 15,1% para 13,7%. Os preços dos imóveis, depois de caírem pela metade, recomeçaram a subir nas grandes cidades. Mas são mais sinais de estabilização do que de crescimento. "Na melhor das hipóteses, teremos este ano um crescimento zero", acredita Alan McQuaid, economista da Merrion Capital.
Independência financeira
Nessas condições, quais são as chances de a Irlanda sair de seu plano de resgate? Assinado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Europeia no final de 2010 para a soma de 67,5 bilhões de euros, ele se encerra no final de 2013. O governo irlandês afirma que não precisará renová-lo e que a Irlanda poderá voltar a se financiar sozinha.Sua taxa de obrigações da dívida, que caiu de 14% para cerca de 4%, pode confirmar isso. O país emite obrigações regularmente, para testar o mercado. Em março, ele chegou a testar as obrigações em dez anos, referência na matéria. Com sucesso: elas tiveram uma ampla procura, 82% por investidores estrangeiros. Resultado: o Estado irlandês reuniu o suficiente para se financiar até março de 2015. Tanto que, embora a economia continue hesitante, a Irlanda deverá se permitir retomar sua independência financeira. "Os novos números da economia não mudam em nada e há a probabilidade de saírem do plano", confirma McQuaid.
No entanto, mesmo nesse cenário positivo, a Irlanda ainda não virou a página. Dublin atualmente está preparando um "plano de ajuda condicional", uma espécie de garantia a ser utilizada após a saída do plano de resgate. Na prática, o FMI e a União Europeia abririam uma linha de crédito à qual a Irlanda poderia recorrer em caso de necessidade. Seu montante poderá ser de 15 bilhões de euros, ou seja, um ano de financiamento do Estado. Essa ajuda não seria gratuita: em troca, a Irlanda se comprometeria a continuar as reformas e a disciplina orçamentária atual. "A questão é então política: como fazer para que as condições não pareçam um segundo plano de ajuda?", diz um oficial irlandês.
Tradutor: UOL
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