Os postes
MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA - IL
No meu primeiro livro, O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto – A Ética da Malandragem, editado por Jorge Zahar, escrevi:
“É
necessário que o candidato em seus discursos aborde problemas cotidianos
e use uma retórica exaltada, eivada de ideologia cabocla de justiça
social, pois é necessário ressaltar a diferença entre ricos e pobres e
clamar por vingança contra os que no momento ou no passado não
conseguiram satisfazer as aspirações populares”.
Focando na
figura de Lula da Silva, compreende-se que foi graças a tais artimanhas
que ele, na quarta tentativa, chegou lá. De um lado agradou a maioria
composta pela pobreza. De outro, convenceu aos que depois chamou de
“zelite” que não ia mexer no mercado ou desagradar banqueiros,
empreiteiros, grandes empresários. Aquela linguagem revolucionária de
esquerda era só de brincadeirinha.
No poder,
Lula deu migalhas aos pobres e agiu como “coronel”, daqueles do “voto de
cabresto”. Aos ricos proporcionou lucros inimagináveis e eles,
agradecidos, sustentaram suas campanhas e a de seus companheiros. A
classe média, onde, entre outras categorias, se inserem artistas,
intelectuais, universitários, profissionais liberais que costumam
ostentar ser de esquerda, Lula provocou aquele embasbacar pueril que faz
a alegria dos demagogos.
Lula fez
da presidência da República seu palanque de politicagem no qual
achincalhou a língua pátria e se deliciou ao utilizar pesada retórica
onde não faltaram palavrões, impropriedades e estultices. Louvado pela
obra de ficção descrita pelo marketing como o Brasil transformado em paraíso, reinou absoluto sem nenhuma oposição, quer partidária, quer institucional.
O saldo do
seu longo período é a herança maldita que se sente no caos econômico,
na corrupção presente em escândalos que permearam seus oito anos de
governo, mais os quase quatro de Rousseff em que ele foi o presidente de
fato.
O último e
mais estrepitoso escândalo está sendo escancarado pelo detento Paulo
Roberto da Costa, ex-diretor da Petrobrás, o companheiro Paulinho. Na
tentativa de diminuir sua pena, Paulo Roberto está mostrando que se
roubou não em milhões, mas em bilhões e dá nome aos poderosos que se
locupletaram, sobretudo aos companheiros do PT e aos amigões do PMDB e
do PP. Lula e Rousseff durante anos não viram nada, não souberam de nada
e se alguma coisa houve a culpa foi dos Estados Unidos, de Fernando
Henrique e da crise internacional.
Mantém
ainda Lula o mesmo poder? Seu primeiro poste, a criatura Rousseff, é um
retumbante fracasso e tem conduzido o Brasil à bancarrota. Seu segundo
poste, Fernando Haddad, eleito por Lula prefeito de São Paulo, tem uma
das piores avaliações entre os prefeitos de todo o País. O terceiro
poste, o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, amarga o último lugar
na campanha ao governo de São Paulo.
O teste
das urnas, que inclui outros candidatos do PT Brasil afora, mostrará se
Lula continua poderoso ou não. Para alegria dos petistas, pesquisas do
momento estão dando esperança ao PT, que estava sentindo medo. O chamado
escândalo do Pretrolão, que fez empalidecer o Mensalão, não
sensibilizou o povo. Inflação acelerada junto com inadimplência,
indústria afundando, piora no emprego, o Brasil entrando em recessão,
nada disto é notado pelos eleitores que continuam otimistas.
Se os
brasileiros não ligam mais para seu bolso que, como dizem, é a parte
mais sensível do corpo, seria difícil imaginar a maioria assistindo ou
entendendo a recente entrevista concedida por Rousseff ao Bom Dia Brasil[i].
Naquela ocasião, a governanta esbanjou prepotência, cinismo e total
ignorância de dados do seu próprio governo e do panorama internacional.
A última da governanta se deu na ONU, dia 23, antes de seu discurso de autoelogio feito na abertura do evento.
Não se sabe se por inspiração de Lula da Silva, que sempre defendeu a
pior escória mundial, ou se por instrução do chanceler de fato, Marco
Aurélio Garcia, Rousseff se posicionou contra os Estados Unidos e
aliados e a favor do Estado Islâmico. Uma aberração diplomática capaz de
matar de vergonha os brasileiros que têm informações e senso das
medidas.
De fato,
como bem disse uma autoridade israelense, somos um anão diplomático.
Afinal, apoiamos terroristas fanáticos cujas ações contra os que
consideram infiéis são a degola, a crucificação, o enforcamento, o
estupro, a flagelação e o apedrejamento de mulheres. A governanta
certamente ignora que pelas leis do IE é uma infiel e, que por isso,
merece perder literalmente a cabeça ou, no mínimo, ser obrigada a usar
burca.
Diante de
tantos descalabros e ao ver o poste Rousseff subindo nas pesquisas, a
pergunta a se fazer não é mais que país é esse, mas que povo é esse, que
não se envergonha da incompetência e da corrupção internas e da
repulsiva política externa. A resposta estará contida no teste de poder
de Lula quando as urnas mostrarem os resultados.
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