Manifestantes iranianos invadem embaixada britânica em Teerã
Grupo segue para casa do embaixador pedindo que expulso em retaliação contra sanções
O Globo
Com agências internacionais
TEERÃ - Manifestantes iranianos invadiram a embaixada do Reino Unido em Teerã nesta terça-feira, quebraram vidros, jogaram documentos pela janela, queimaram a bandeira britânica e substituíram pela iraniana durante um protesto contra novas sanções impostas pelo país ao Irã. Segundo a BBC, funcionários da embaixada fugiram pela porta dos fundos. Não há informações sobre feridos. Um grupo de 300 pessoas também seguiu para a casa do embaixador do Reino Unido, em outra parte da cidade, e colocou bandeiras iranianas no lugar das britânicas.
A agência de notícias iraniana Mehr chegou a informar que seis pessoas haviam sido feitas reféns na embaixada, mas depois retirou a notícia de seu site. Um porta-voz do ministério das Relações Exteriores britânico classificou o incidente como "inaceitável".
"Houve uma incursão de um número significativo de manifestantes na nossa embaixada, incluindo vandalismo na nossa propriedade. É uma situação fluida e os detalhes ainda estão chegando. Estamos ultrajados", afirmou o porta-voz, segundo comunicado.
Gritando “morte à Inglaterra”, cerca de cem manifestantes se reuniram em frente à embaixada e outros 50 invadiram o prédio. Eles teriam entrado em confronto com a polícia, que isolou a rua e ordenou que deixassem o local.
Segundo a Press TV, emissora iraniana que transmite o protesto ao vivo, eles são estudantes que exigem que o embaixador britânico seja expulso de Terrã. A medida foi aprovada no domingo pelo Parlamento. A lei que rebaixa as relações entre Irã e Reino Unido - também aceita pelo Conselho de Guardiães iraniano - determina que Dominick John Chilcott deixe o país dentro de duas semanas.
Imagens trnasmitidas pela TV também mostraram manifestantes atirando pedras. Um deles agitava um quadro com a foto da rainha Elizabeth II, aparentemente encontrado no local.
Comparação à tomada da embaixada dos EUA
Em uma ação conjunta com Estados Unidos e Canadá, o Reino Unido impôs na semana passada novas sanções contra o Irã por conta de seu programa nuclear. O governo britânico proibiu todas as instituições financeiras do país de manter negócios com suas equivalentes no Irã, inclusive o Banco Central do país persa.
No domingo, quando o Parlamento aprovou a decisão de expulsar o embaixador britânico e reduzir os laços com o Reino Unido, o congressista Mehdi Kuchakzadeh alertou que a embaixada britânica poderia ser atacada assim como aconteceu com a representação dos EUA em 1979.
A embaixada americana foi invadida por estudantes iranianos que, em novembro daquele ano, fizeram 52 reféns, exigindo em troca do grupo que o xá Reza Pahlevi, então nos EUA, fosse extraditado para ser julgado no Irã. A crise dos reféns se arrastou até janeiro de 1981, quando o grupo foi libertado, e levou ao rompimento das relações diplomáticas dos dois países.
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