quarta-feira, 30 de novembro de 2011

IRÃ PROVOCA E SE APROXIMA DE UM "PERSACÍDIO"

Grã-Bretanha expulsa diplomatas iranianos de Londres
Ministro dá 48h para que eles saiam; embaixada do país em Teerã foi fechada
VEJA
O ministro britânico de Relações Exteriores, William Hague, anunciou nesta quarta-feira à Câmara dos Comuns que os diplomatas iranianos têm 48 horas para deixar o país, e que a embaixada britânica em Teerã foi fechada. Estas medidas, de acordo com ele, foram tomadas em retaliação aos ataques à embaixada britânica em Teerã na terça-feira. Os diplomatas que estavam no país islâmico já retornaram a Londres.

Entenda o caso
* Centenas de manifestantes iranianos invadiram a embaixada britânica em Teerã, em 29 de novembro, queimaram bandeira, saquearam e jogaram documentos fora.
• Uma hora depois, o complexo de Gholhak Garden (onde vivem diplomatas) foi tomado e 6 pessoas foram feitas reféns por 3 horas.
• Os ataques foram uma resposta às sanções adotadas na semana anterior pela Grã-Bretanha contra o programa nuclear iraniano, que segundo a AIEA estaria prestes a fabricar uma bomba atômica.
• Um dia antes, o Irã aprovou uma lei que diminui as relações diplomáticas com o país.
Mais cedo, a Grã-Bretanha já havia anunciado a retirada dos funcionários de sua embaixada. "Após os acontecimentos de ontem (terça-feira), e para garantir sua segurança, funcionários estão deixando Teerã", confirmou em Londres um porta-voz do ministério britânico das Relações Exteriores. A operação foi realizada com a colaboração da chancelaria iraniana de várias embaixadas europeias.
Dezenas de manifestantes islamitas radicais atacaram, ocuparam e saquearam na terça-feira a embaixada da Grã-Bretanha em Teerã para protestar contra as sanções aplicadas ao Irã por seu polêmico programa nuclear. Os funcionários diplomáticos - quase 20 pessoas - permaneceram em segurança dentro da representação e ninguém ficou ferido. O grupo só foi retirado do local após a saída dos vândalos e permaneceu dividido entre várias embaixadas europeias até sua volta para casa nesta quarta.
O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, deu apoio implícito ao ataque ao afirmar, nesta quarta-feira, que a revolva dos manifestantes foi motivada por "várias décadas de política de dominação" da Grã-Bretanha no Irã. "A ação precipitada do Conselho de Segurança da ONU para condenar os estudantes pretende cobrir os crimes passados da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, quando na realidade a polícia tentou restabelecer a calma", disse Larijani, um dos partidários da linha dura dentro do regime.
Críticas - Simultaneamente, quase 200 manifestantes invadiram a antiga residência diplomática britânica, onde afirmaram "proteger cidadãos estrangeiros". O ministério das Relações Exteriores iraniano lamentou os fatos e afirmou que os autores dos saques serão levados à justiça. Mas William Hague, advertiu que Londres adotará medidas e que o ocorrido constitui um "erro gravíssimo" do governo iraniano. "Teremos consequências, e graves", declarou.
O presidente americano Barack Obama chamou de "inaceitável" o ataque, assim como a França, enquanto a Itália classificou o ato de "intolerável", e a Rússia, de "invasão ilegal". Para a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, esta foi uma "incursão totalmente inaceitável". O Conselho de Segurança da ONU também condenou "nos termos mais fortes os ataques", em uma declaração adotada pelos 15 países membros.
No domingo, o Parlamento iraniano aprovou uma lei que reduz as relações diplomáticas ao nível de encarregado de negócios e prevê a expulsão do embaixador britânico em um prazo de duas semanas. Esta decisão foi adotada em represália às novas sanções econômicas contra o Irã anunciadas pela Grã-Bretanha, de forma conjunta com Estados Unidos e Canadá, depois da publicação de um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que evidencia as suspeitas dos ocidentais de que o Irã tenta produzir armamento nuclear.
Histórico - A invasão da embaixada britânica recorda ato semelhante contra a representação americana no país em novembro de 1979, seguida pela sequestro de 52 diplomatas, que permaneceram retidos por 444 dias, situação que provocou a ruptura das relações entre Teerã e Washington.
Nesta quarta-feira, a Noruega também fechou sua embaixada em Teerã. Os diplomatas noruegueses ainda estão na capital iraniana e nenhuma decisão sobre a retirada dos funcionários foi adotada ainda, informa Hilde Steinfeld, porta-voz do ministério norueguês das Relações Exteriores. "A embaixada foi fechada ontem (terça-feira), após os ataques à embaixada britânica", anunciou.
Com agências EFE e France-Presse

Nenhum comentário: