quarta-feira, 30 de novembro de 2011

SAIBA PARA ONE VAI O DINHEIRO DO CONTRIBUINTE

Comunicar Erros CGU aponta R$ 230 mi de desvios na Agricultura
Auditoria confirmou irregularidades que levaram à queda de Wagner Rossi
Ministério diz que vai analisar relatório do órgão de controle e definir soluções num prazo de dez dias
FSP - BRASÍLIA
Irregularidades no Ministério da Agricultura durante a gestão do ex-ministro Wagner Rossi podem ter causado prejuízos de quase R$ 230 milhões, segundo relatório da CGU (Controladoria Geral da União), órgão de controle do próprio governo federal.
O relatório, feito a pedido da presidente Dilma Rousseff, confirma suspeitas levantadas pela imprensa e que levaram Rossi a pedir exoneração do cargo em agosto.
No documento, a CGU afirmou que a cúpula do ministério, conforme a Folha revelou, forjou documentos de uma concorrência na área de treinamento para beneficiar a Fundasp, ligada à PUC-SP.
A contratação foi definida pela CGU como fraude feita com "montagem processual" e "pesquisa de preços eivada de vício". O prejuízo estimado foi de R$ 1,1 milhão.
A Fundasp recebeu R$ 5 milhões pelo convênio de treinamento. Segundo a CGU, parte dos serviços eram desnecessários e não foram realizados, o que gerou o prejuízo. O contrato foi intermediado pelo lobista Julio Fróes.
Segundo a CGU, Fróes prestava serviços à Fundasp, e a filha dele é funcionária de uma empresa terceirizada do ministério. O relatório recomenda a suspensão dos cursos contratados pela pasta.
A CGU também apontou irregularidades no repasse de recursos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), subordinada ao ministério, para compra de grãos de pequenos produtores a empresas criadas em nome de laranjas. Elas teriam pagado menos do que deveriam aos produtores.
O grupo que controla a Commerce Comércio de Grãos, que reportagem da Folha mostrou estar em nome de laranjas, recebeu mais de R$ 35 milhões.
O prejuízo gerado, junto de outras empresas acusadas de cometerem as mesmas irregularidades, pode chegar a R$ 228 milhões.
A CGU determinou abertura de procedimento administrativo para apurar os responsáveis por cada ato irregular.
Em nota, o Ministério da Agricultura informou ter recebido o relatório da CGU. Segundo a pasta, as conclusões serão analisadas e, num prazo de dez dias, serão definidos "encaminhamentos".
A Folha entrou em contato com a Commerce, mas foi informada que os responsáveis não poderiam falar.

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