quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O BRASIL PRECISA TER UMA POLÍTICA MAIS DURA COM OS SEUS PARCEIROS COMERCIAIS. MAS, COM O GOVERNO AVACALHADO QUE POSSUI É APENAS UM SONHO QUE SE DESFAZ AO PRIMEIRO RAIO DE SOL.

Atenção com a China
FSP - Editorial
Brasil precisa exigir mais reciprocidade dos chineses, que não cumprem promessas e impõem restrições aos investidores estrangeiros
Não causa surpresa o fato de que metade dos grandes projetos de investimento chineses no Brasil, anunciados em 2009 e 2010, ainda não se tenha concretizado. O país asiático tem-se mostrado muitas vezes lento e pouco confiá-vel em suas intenções de investir.
No caso brasileiro, a prioridade chinesa reside na infraestrutura e no acesso a matérias primas, indispensáveis para sustentar sua enorme população e o acelerado ritmo de crescimento.
Não por acaso, os maiores negócios concretizados pela China no Brasil, em 2010, aconteceram na área de energia, com a compra de participação em empresas estrangeiras que atuam no país: US$ 7,1 bilhões por 40% da espanhola Repsol, US$ 3,1 bilhões por 40% de um campo de petróleo da norueguesa Statoil e US$ 3,5 bilhões por 30% da operação da portuguesa Galp no setor.
Ainda assim, na mineração, os asiáticos não concretizaram nem a compra da Itaminas, por US$ 1,2 bilhão, nem o investimento de US$ 3,5 bilhões na EBX, com vistas à construção de uma siderúrgica -investimentos que foram anunciados em março e abril de 2010.
No que se refere a produtos manufaturados, os chineses parecem ainda menos animados com a ideia de montar unidades no Brasil. Mesmo que venham a investir em algumas delas, deverá ser apenas o preço para obter acesso ao mercado interno, como é o caso dos R$ 900 milhões aplicados na montadora JAC, com o óbvio intuito de fugir do aumento do IPI. Mesmo assim, 80% desse valor sairá do bolso do sócio local da montadora.
Também a intenção de investir US$ 12 bilhões, anunciada pela Foxconn quando da visita da presidente Dilma Rousseff ao país, em abril, mostrou-se aquém das expectativas. Posteriormente, a empresa deixou claro que não pretendia aportar recursos, apenas transferir tecnologia em troca de financiamento do BNDES.
As relações econômicas do Brasil com a China são marcadas por assimetrias, que precisam ser, o mais breve possível, corrigidas. Além do desequilíbrio da pauta de exportações, composta quase exclusivamente de produtos primários, há restrições e exigências por parte da China quando se trata de investir em seu mercado interno.
Cabe ao governo -que já vem agindo nesse sentido- avançar com medidas que ajudem a compensar tais distorções. É preciso impor contrapartidas equivalentes às que são pedidas ao empresário brasileiro. Além disso, seria prudente restringir o acesso de estatais chinesas a recursos minerais, terras e cadeias de produção do agronegócio.
Reciprocidade nas condições de investimentos, acesso ao mercado consumidor chinês e cooperação tecnológica são, do lado brasileiro, os itens mais importantes para uma relação mais equilibrada.

Do Blog:
Da presidente ao copeiro, todos estão mais preocupados em saquear o tesouro público do que governar a nação.

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