Afegã condenada por ter sido estuprada pede indulto a Karzai
Jovem de 21 anos reúne 5 mil assinaturas para tentar reduzir pena e deixar prisão
O Globo
RIO - Presa desde 2009, Galnuz, de apenas 21 anos, se cansou. Mais uma vítima dos abusos contra mulheres no Afeganistão, decidiu, através de uma advogada americana, pedir perdão diretamente para o presidente Hamid Karzai. Seu crime: ter sido estuprada.
Há dois anos, a jovem foi estuprada por um primo do marido e engravidou. Para a Justiça afegã, ela cometeu adultério e, por isso, foi condenada a 12 anos de prisão - a mesma pena do agressor.
Nos últimos meses, a pena de Galnuz foi reduzida para três anos. Faltaria um a ser cumprido, mas sua advogada, a americana Kimberly Motley, quer tirá-la o quanto antes da prisão, onde divide cela com a filha.
- Se o presidente decidir se mostrar clemente, algo em que acredito, estará mostrando seu apoio às mulheres afegãs - disse.
A advogada reuniu 5 mil assinaturas em uma semana para apresentar o pedido de perdão oficialmente a Karzai.
Em entrevista à rede americana CNN, o agressor negou ter estuprado Galnuz e disse que a jovem, se deixar a prisão, correrá risco de ser vítima de um assassinato de honra - cometido provavelmente por sua própria família.
Gulnaz e outras afegãs foram personagens de um documentário encomendado pela União Europeia sobre a situação das mulheres no Afeganistão. O filme acabou cancelado pelo próprio bloco europeu temendo que as presas, que aparecem com a cara descoberta, sejam alvo de represálias.
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