Chinês diz que IPI beneficia 'carroça'
Para industrial chinês, País afasta novas fábricas; ex-presidente Lula defendeu a medida
FSP
Daniela Milanese - OESP
LONDRES - O Brasil perderá bilhões de dólares de investimentos chineses no setor automotivo depois da elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre carros importados, afirmou o presidente da Câmara de Comercio e Indústria Brasil-China, Charles Tang. “Fábricas chinesas deixarão de ser instaladas no País”, previu. “Estamos na porta de uma recessão brutal e o Brasil desperdiça investimentos.”
Presente ao debate promovido pela revista The Economist, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a medida, afirmando que o Brasil estava recebendo um fluxo muito grande de carros importados. “Não quebramos nenhuma regra da OMC”, disse. Para ele, as divergências são parte das relações comerciais, mas é preciso buscar regras favoráveis para os dois lados. “Se os dois países vão bem, a tendência é que a relação seja fortalecida.”
Charles Tang disse que não haverá reclamação formal da China na OMC contra o Brasil, mas sim uma conversa entre os dois governos. Ele criticou duramente o que chamou de protecionismo e disse que a exigência de conteúdo nacional imposta pelo governo leva ao cancelamento dos planos de inauguração de novas fábricas.
“Nenhuma fábrica consegue cumprir os 65% de conteúdo nacional logo de início.” Ele citou que empresas como a JAC Motors, Chery, Foton e Great Wall poderão cancelar investimentos de pelo menos US$ 2 bilhões no Brasil.
“O Brasil vai continuar produzindo carroças e vendendo caro para os sofridos brasileiros”, disse.
O governo brasileiro reclama do protecionismo chinês e da invasão de produtos do país asiático, o que justificaria as medidas protecionistas. Tang rebate esse argumento, dizendo que o Brasil teve superávit de US$ 5,2 bilhões com a China. Segundo ele, o comércio entre os dois países permitiu que o Brasil saísse fortalecido da crise.
Do Blog:
Corremos o risco de voltar ao inicio de 1990, quando o mercado automotivo era fechado para importações. A única coisa decente que aquele protótipo inacado de ser humano fez foi abrir o mercado para os importados. O resultado foi: carros melhores e preços mais competitivos. Na época, o presidente da república chamou de "carroças" os carros nacionais. Agora parece que o governo petista que lançar-nos novamente numa situação parecida: carroças. Carroças caras.
Ou o governo gosta de carroças, ou alguém está levando algum e eu não estou sabendo.
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