domingo, 13 de novembro de 2011

FAVELA DA ROCINHA É OCUPADA

Equipe do Bope inicia ocupação na favela da Rocinha


Hanrrikson de Andrade - UOL
A operação de ocupação da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, começou às 4h25, com a chegada de veículos blindados do Bope (Batalhão de Operações Especiais) à entrada principal da comunidade. Às 4h30, outros 15 carros chegaram ao local – cinco do Bope, dois da PRF (Polícia Rodoviária Federal), ambulâncias e outros tipos de veículos policiais. A equipe tática do Bope fez a invasão pelo acesso principal da favela, com apoio logístico do helicóptero Caveirão da PM.
As oito entradas da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, foram bloqueadas às 2h30 em preparação para a ocupação policial prevista para a madrugada deste domingo. Não houve qualquer registro de troca de tiros até as 4h30.
A ocupação
A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro colocou em prática na madrugada deste domingo (13) o planejamento de instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na favela da Rocinha, em São Conrado, bairro da zona sul da capital fluminense. Mais de 150 agentes das polícias Civil, Militar e Federal, além de fuzileiros navais operando blindados da Marinha, participam da ocupação.
A operação começou com incursões dos homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em busca de traficantes que permanecem escondidos na favela. Enquanto isso, policiais militares do Choque e dos batalhões da região ficarão no entorno da comunidade, ocupando os acessos. A comunidade está cercada há dois dias com o objetivo de evitar a fuga de traficantes durante a operação. O ex-chefe do crime organizado no local, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, foi preso na quinta-feira (10).
Conforme o Bope vier a avançar pelas ruas, becos e vielas da Rocinha, agentes das polícias Civil e Federal realizarão ações específicas --em busca de traficantes, armas e drogas-- coordenadas pelo setor de inteligência da Secretaria de Segurança.
Já a Marinha disponibilizou blindados do tipo Clanf (ou "Lagarto Anfíbio"), M-113 e Piranha, todos operados por fuzileiros navais, que podem ser utilizados para remover possíveis barricadas instalados pelos traficantes, ocupar acessos, auxiliar no controle do tráfego na região, entre outras funcionalidades.
A pacificação da Rocinha, que já foi conhecida como a maior favela da América Latina (chegou a ter mais de 200 mil habitantes na década de 80), é tida como um passo fundamental do governo do Estado na área de segurança pública.
Única comunidade da zona sul que ainda não tinha recebido uma UPP, a favela situada no Morro Dois Irmãos está localizada entre dois dos bairros mais nobres da capital fluminense: São Conrado e Gávea. Tal região possui um grande potencial turístico, e está na rota de investimentos visando à Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
A estratégia da Secretaria de Segurança também desarticula uma das facções criminosas atuantes no contexto do narcotráfico fluminense, os Amigos dos Amigos (ADA), que tinha na Rocinha o seu principal reduto e na figura de Antônio Bonfim Lopes, o Nem, o seu grande líder.
A UPP da Rocinha será a 19ª em toda a capital fluminense. O processo de pacificação, que começou pela comunidade do Santa Marta, em Botafogo, há três anos, e foi inspirado no modelo de segurança pública desenvolvido pelo governo de Medellín, na Colômbia, para acabar com os carteis de drogas, é um dos principais trunfos políticos do governo do Estado.

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