Reitor da Unir diz que sofre perseguição política e homofobia
MATHEUS MAGENTA - FSP
O reitor da Unir (Fundação Universidade Federal de Rondônia), José Januário de Oliveira Amaral, afirmou que pediu renúncia do cargo porque se viu como um entrave para o andamento da universidade, em greve há mais de 70 dias, mas disse que é inocente em relação às denúncias de supostos desvios de recursos na Fundação Riomar, ligada à Unir.
"A Riomar é um ente jurídico, a Unir é outro", disse nesta sexta-feira (25) em entrevista à Folha. "Indiquei a diretoria, mas, se as pessoas fizeram algo errado, elas devem responder por isso."
Os ministérios públicos Federal e Estadual de Rondônia investigam supostos desvios de verbas e irregularidades em obras e licitações.
O reitor afirma que é alvo de perseguição política e de homofobia (ele é homossexual assumido). "A greve não é para discutir melhorias para a universidade. O objetivo sempre foi me tirar da reitoria", disse.
Januário admite que tem corresponsabilidade em parte dos problemas enfrentados pela universidade, como a falta de papel higiênico em banheiros e de limpeza nos campi, mas atribui os problemas também à falta de recursos e funcionários.
"Eu não soube lidar com o crescimento da universidade, que passou de 6.800 alunos em 2006 para mais de 11 mil neste ano, enquanto o número de funcionários continuou o mesmo."
Sobre as 46 obras da Unir paradas ou atrasadas, ele diz que o que foi licitado foi cumprido, mas que as obras não foram concluídas por falta de profissionais e recursos ainda não liberados.
O reitor pediu exoneração na quarta-feira (23), mas sua saída ainda não foi publicada no "Diário Oficial da União". Por isso, estudantes que acampam há cerca de um mês na sede da reitoria da Unir ainda não deixaram o prédio e professores, em greve desde setembro, ainda não retornaram a suas atividades.
Do Blog:
Isso não é de modo algum uma desculpa para os desvios de recursos ocorridos. É desculpa de quem não tem mais argumentos para se sustentar na universidade.
Quem sabe, se ele se rastejar bastante, algum deputado da base aliada (em Rondônia é o que não falta) não fique com dó e lhe dê um emprego.
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