Traficante Marcelinho Niterói, braço direito de Beira-Mar, é morto no Complexo da Maré em operação da polícia
Gabriel Mascarenhas - O Globo
RIO - O traficante Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói, um dos sócios de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi morto na tarde desta terça-feira durante uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal na Favela Parque União, no Complexo da Maré. Na ação, que teve apoio de um helicóptero da Polícia Civil, de policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e de promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), um outro homem foi morto e outro, ferido. A PF desencadeou a operação a partir de uma informação obtida pelo seu setor de inteligência de que traficantes foragidos do Alemão estavam na Maré.
Marcelinho levou pelo menos dois tiros. Ele estava no meio da rua quando foi morto. Com o bandido, foram apreendidos duas pistolas, cerca de três quilos de cocaína e uma pequena quantia em dinheiro. Ele teria sido baleado por policiais do Bope, que ocupam a Maré desde o dia 14.
Durante a intensa troca de tiros, foi ferido Rodrigo Marinho. Assim como Marcelinho, ele foi levado para o Hospital Federal de Bonsucesso. Sua família diz que Rodrigo é inocente. No fim da noite, um morador da favela chegou ao hospital levando o corpo de Jefferson Douglas Silva dos Santos, de 23 anos. Parentes da vítima dizem que o jovem foi atingido por uma bala perdida e que ele havia deixado o Exército há dois meses.
Marcelinho Niterói era considerado um dos chefões da maior facção criminosa do Rio. Ele faria parte do bando que fugiu do Complexo do Alemão quando a polícia invadiu os morros da região em novembro do ano passado, deixando para trás a casa com piscina onde vivia. Responsável pela distribuição de drogas para boa parte das quadrilhas do Rio, Marcelinho gostava de dar demonstrações de poder. Um exemplo foi a festa de casamento dele com uma adolescente, no Alemão, em 2009, com direito a convites para bandidos de várias favelas da cidade.
O episódio revela um pouco de sua personalidade. Na época, a polícia foi informada de que traficantes do Jacarezinho, da Nova Holanda e do Parque União teriam sido convidados. O clímax dos festejos teria sido a execução de um bandido do Complexo da Penha, que estaria jurado de morte por outro aliado de Marcelinho, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP. As bocas de fumo dele seriam transferidas para Marcelinho NIterói.
Marcelinho também é suspeito de chefiar o consórcio de traficantes cariocas e paulistas que domina 70% das áreas de plantio de maconha em Capitán Bado e Pedro Juan Caballero, cidades paraguaias na fronteira com o Mato Grosso do Sul. O domínio dessas plantações garante lucros astronômicos às duas facções criminosas do estado: o Ministério Público estima em US$ 20 milhões (cerca de R$ 34 milhões) as cifras movimentadas mensalmente pelo tráfico de maconha na fronteira.
Em maio de 2000, a polícia do Paraguai prendeu Marcelinho, então com 23 anos, em Capitán Bado. Na época, ele chegou a trocar tiros com os policiais, mas acabou se entregando. Condenado em dezembro de 2000 a cinco anos de prisão por vender armas para traficantes do Rio, Marcelinho estava na condicional em 2002 e escapou.
COLABORARAM Ana Cláudia Costa e Carla Rocha
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Lugar de bandido é na vala!
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