Votação reduzirá força do partido de Putin na Duma, diz pesquisa
Russos vão às urnas e devem tirar mais de 60 cadeiras da legenda do premier
O GLOBO
MOSCOU - A quase uma semana das eleições legislativas russas, uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira indica que os eleitores não atenderão ao chamado recente do premier Vladimir Putin por uma maior união em torno de sua figura. Segundo a pesquisa do Levada-Center, um dos principais institutos do tipo no país, os russos devem optar por uma fragmentação política maior dentro do Parlamento, retirando mais de 60 cadeiras das mãos do governamental Rússia Unida.
A previsão é que o partido de Putin assegure entre 252 e 253 assentos na Duma, a Câmara baixa, de um total de 450, o que ainda lhe garantiria maioria. Mas, sem os dois terços dos quais dispõe atualmente na Duma, o Rússia Unida passaria a depender do apoio de outros partidos para aprovar reformas mais profundas, como emendas na Constituição — num duro revés para Putin, candidato à Presidência nas eleições marcadas para março do ano que vem.
Segundo a pesquisa, os principais beneficiados pela queda de popularidade do Rússia Unida serão o Partido Comunista, que obteria 37 novas cadeiras, totalizando 94, e o nacionalista Partido Liberal Democrata Russo (LDPR), liderado por Vladimir Zhirinovsky, um coronel do Exército conhecido por suas declarações racistas. O LDPR ganharia mais dez assentos, ficando com um total de 50.
Para analistas, os resultados seriam, em parte, um reflexo da queda da popularidade de Putin nos últimos meses. No início do mês, o premier russo contava com 61% de aprovação, o índice mais baixo registrado na última década, mas subiu a 67% numa pesquisa divulgada ontem. Já o atual presidente, Dmitri Medvedev, continua com 62% de popularidade.
Nas ruas, os russos reclamam da fraca campanha eleitoral.
— O Rússia Unida não tem muito programa — argumenta Lev Gudkov, do Levada-Center. — Além disso, cresce a sensação de que as eleições estão sendo manipuladas.
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