sexta-feira, 25 de novembro de 2011

JUÍZES DECLARAM: NÃO MEXAM NO NOSSO QUEIJO. MEXAM, SE QUISEREM, NO QUEIJO DOS OUTROS, NO NOSSO NÃO!

Juízes repudiam Eliana Calmon por sugerir redução das férias

Declarações da ministra do CNJ têm causado polêmicas entre os magistrados
O Globo
RIO - A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulgou nota na tarde desta sexta-feira rebatendo as ideias da ministra do Conselho Nacional de Justiça Eliana Calmon, para quem as férias dos juízes federais deveriam ter apenas 30 dias e não 60 como atualmente. Eliana Calmon defendeu ainda, em evento realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na quarta-feira, a edição de uma nova Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) para rever as sanções previstas para os magistrados investigados em processos administrativos.
Há pouco mais de um mês, a ministra causou polêmica ao afirmar que no Judiciário existem "bandidos de toga" e criticar a iniciativa da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) de tentar reduzir o poder de investigação do CNJ.
Leia abaixo a íntegra da nota da Ajufe:
“Os magistrados brasileiros, indignados, repudiam, veementemente, as ideias da Ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça, de que as férias dos juízes devem ser de trinta dias e de que não necessitam de reajuste dos seus subsídios. É inacreditável que uma juíza de carreira brilhante, nela ingressando em 1979, como Juíza Federal, promovida a juíza do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, e, agora, pontificando no Superior Tribunal de Justiça, tenha tais ideias, sabendo, de ciência própria, que o cansaço mental do magistrado, sua preocupação diuturna para bem decidir, a falta de recursos materiais para bem desempenhar sua função, exijam um descanso maior, anualmente, para eliminar o cansaço cerebral. Agora, prestes a se despedir da magistratura, tendo gozado, durante mais trinta anos, de férias anuais de sessenta dias, para melhor descansar e poder mais aprender, lendo, estudando, diga que o juiz não necessita de dois meses de férias, por ano.
Estamos sem reajuste de subsídios há cinco anos. A inflação vem corroendo paulatinamente nossos salários. Os aumentos dos preços de serviços, de alimentos, de escola, de aparelhos domésticos, de imóveis, de veículos, de lazer, são constantes. E os nossos subsídios continuam os mesmos.
Será que a ministra diz isso para agradar a imprensa, falada e escrita? Para agradar o povão?
As ideias da nossa colega, hoje no Conselho Nacional de Justiça, na função de Corregedora Nacional de Justiça, merecem a nossa indignação, o nosso REPUDIO”.

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