No caso de Chávez, radioterapia é insuficiente, diz médico
José Marquina, que tem acesso a informações sobre a saúde do presidente, diz que, se não for feito o tratamento correto, o câncer pode avançar rapidamente
VEJA
O médico venezuelano José Rafael Marquina - que tem acesso a informações sobre a saúde do Hugo Chávez - afirmou em sua conta de Twitter que o tratamento de radioterapia feito pelo presidente pode não ser suficiente para frear o câncer, diz o jornal espanhol ABC. Segundo Marquina, o mandatário precisaria também da quimioterapia para chegar em "boas condições físicas" às eleições de 7 de outubro.
Depois de ter sido operado no dia 27 de fevereiro, Chávez confirmou no último domingo que a "lesão" que cresceu na mesma região onde em 2011 foi extraído um tumor maligno é uma "recorrência do câncer", o que havia sido adiantado por Marquina em uma entrevista dada ao ABC na última sexta-feira.
O presidente foi operado em junho de 2011 também em Havana, onde se submeteu a três de quatro ciclos de quimioterapia para combater um câncer cuja localização e natureza nunca foram reveladas. Desde 1999 no poder, Chávez deseja ser eleito para um novo mandato de seis anos nas eleições de 7 de outubro nas quais deve enfrentar o candidato opositor Henrique Capriles Radonski.
Dúvidas - Até agora, os venezuelanos foram obrigados a se conformar com as informações dos médicos da Presidência, que não dão detalhes sobre o câncer de Chávez. "Não quero me transformar no médico do presidente. Informo para que o povo venezuelano saiba mais da doença de que padece", diz Marquina. "Se não for tratado com a terapia correta, é provável que o câncer avance rapidamente."
Segundo Marquina, a expectativa de vida do presidente com o tratamento adequado gira em torno de 12 e 14 meses. Caso contrário, ela cai para 6 a 8 meses. "O câncer de Chávez no grau em que se encontra é incurável, mas é tratável. A radiação sozinha não ajudará a aumentar a expectativa de vida de Chávez em nada. A quimioterapia é necessária para que tenhamos o presidente vivo em outubro", diz.
Diplomacia - Os presidentes Hugo Chávez, Raúl Castro (Cuba) e Juan Manuel Santos (Colômbia) se reúnem nesta quarta-feira em Havana para discutir a próxima Cúpula das Américas, nos dias 14 e 15 de abril, em Cartagena, na Colômbia. A presidente Dilma Rousseff indicou que deve participar dos debates, segundo informações da Presidência da República da Colômbia.
Na terça, Santos disse que quer conversar com Castro sobre a participação dos Estados Unidos na Cúpula das Américas. Com Chávez, quer ampliar os acordos bilaterais que permitem intensificar o comércio entre a Colômbia e a Venezuela. "Nós tínhamos planejado uma reunião em março. Infelizmente, não pode ocorrer devido aos problemas de saúde do presidente", diz.
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