quinta-feira, 22 de março de 2012

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Malvinas: Argentina vai punir atividade petrolífera 'ilegítima'
Em comunicado às bolsas de Londres e NY, governo Kirchner diz que empresas precisam informar os investidores sobre riscos legais da operação
VEJA
A Argentina anunciou nesta quinta-feira ter advertido às bolsas de Nova York e Londres que as companhias petrolíferas que atuam de forma "ilegítima" nas ilhas Malvinas estão expostas a sanções. O aviso faz referência a explorações de empresas em águas atlânticas próximas do arquipélago, mas que o governo de Cristina Kirchner considera fazer parte da plataforma continental argentina. As Malvinas ficam a 400 milhas náuticas ao leste da Argentina e foram ocupadas pela Grã-Bretanha em 1833. Em 1982, as tropas argentinas tomaram militarmente as ilhas, o que provocou uma guerra com os britânicos.
Em cartas aos dirigentes das bolsas de valores, a Argentina avisou que Argos Resources Limited, Borders & Southern Petroleum PLC, Desire Petroleum PLC, Falkland Oil and Gas Limited e Rockhopper Exploration PLC "se encontram ilegitimamente realizando tarefas de prospecção de hidrocarbonetos na plataforma continental argentina, expondo-se a sanções administrativas, civis e penais".
Exigências - Ao presidente da Bolsa de Londres, onde as empresas são cotadas, a Argenitna quer que ele "exija" das companhias informações "sobre as atividades ilícitas, assim como quantifiquem os riscos derivados delas".
De acordo com o comunicado, assinado pelo chanceler argentino, Héctor Timerman, a Bolsa de Valores londrina "está em condições de exigir a comunicação de dados que as empresas petrolíferas envolvidas deveriam revelar. Os investidores precisam estar devidamente informados sobre os riscos legais da operação".
"O mesmo foi solicitado à Bolsa de Nova York, caso as empresas petrolíferas tentassem cotar ou inscrever títulos de valores nessa bolsa", explicou a nota. A Argentina advertiu, além disso, que analistas financeiros teriam "omitido ou informado de maneira incompleta" aos investidores sobre os "eventuais riscos inerentes à ilegítima prospecção de hidrocarbonetos" na região.
Campanha - Nos últimos meses, a Argentina reforçou sua campanha em busca de apoio internacional e para pressionar a Grã-Bretanha a negociar a soberania das Malvinas, que está em disputa desde janeiro de 1833, quando tropas inglesas retiraram a população argentina das ilhas.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse que insistirá em todos os fóruns internacionais para que o governo de Londres "cumpra" com uma resolução das Nações Unidas que em 1965 considerou que o caso das Malvinas é de colonialismo e pediu que negocie a transmissão de soberania.
Cristina reiterou que lutará para evitar "a militarização" da América do Sul e em defesa da "necessidade de respeitar as resoluções" da ONU e esclarecer os conflitos "em paz". No dia 2 de abril, se completam 30 anos do começo da Guerra das Malvinas, que deixou cerca de 900 mortos nos dois lados e foi concluída no dia 14 de junho de 1982 com a rendição das tropas argentinas.
(Com agência EFE)

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