sexta-feira, 23 de março de 2012
OUÇO SEMPRE O MESMO RUÍDO DE MORTE QUE DEVAGAR RÓI E PERSISTE...
(...) Uma vila encardida - ruas dsertas - pátios de lajes soerguidas pelo único esforço da erva - o castelo - restos intactos de muralha que não têm serventia. Uma escada encravada nos alvéolos das paredes não conduz a nenhures. Só um figueira brava conseguiu meter-se nos interstícios das pedras e delas extrai suco e vida. (...) Sobre isto um tom denegrido e uniforme: a humidade entranhou-se na pedra, o sol entranhou-se na humidade. Nos corredores as aranhas tecem imutáveis teias de silêncio e tédio e uma cinza invisível, manias, regras, hábitos, vai lentamente soterrando tudo. (...)
Silêncio. Ponho o ouvido à escuta e ouço sempre o trabalho persistente do caruncho que rói há séculos na madeira e nas almas. Raul Brandão
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Um comentário:
Então, pois se quer sabedoria, pergunte ao caruncho.
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