Dono da Delta conhecia 'esquema Cachoeira', diz PF
Escutas sugerem que Cavendish orientava diretor ligado a grupo
Entrega de agrados a políticos incluiu vinho raro
As investigações da Polícia Federal no caso Cachoeira indicam que Fernando Cavendish, presidente licenciado da Delta Construções, tinha conhecimento e orientava a atuação de seu ex-diretor para o Centro-Oeste, Cláudio Abreu.
Demitido após a revelação de que trabalhava em conjunto com Carlos Cachoeira, Abreu sempre teve sua atuação classificada como autônoma pela Delta, empreiteira líder no recebimento de recursos do Executivo federal desde 2007.
As escutas também sugerem que Cachoeira remunerou um assessor do ex-diretor do Dnit Luiz Antônio Pagot, que ameaçava dar um depoimento explosivo em Brasília.
Nos volumes do inquérito, Cachoeira aparece ainda como patrocinador de presentes luxuosos a políticos, entre eles um lote de vinhos raros comprado para Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), ameaçado de cassação. Advogado do senador -e também do governador Marconi Perillo (PSDB-GO), citado nas investigações-, Antonio Carlos de Almeida Castro diz que a operação está baseada em escutas ilegais.
Empresa afirma que é vítima de vazamentos
A empreiteira Delta informou que não vai comentar o grau de conhecimento de Fernando Cavendish sobre os negócios da empresa no Centro-Oeste. A empresa se disse vítima de "vazamentos parciais" da operação da PF.
"A Delta, que é vítima de vazamentos parciais e descontextualizados de áudios saídos de interceptações telefônicas de um inquérito sigiloso, não teve acesso a essas gravações", diz a nota.
Em entrevista à Folha no dia 19, Cavendish negou que tivesse conhecimento de supostas condutas ilegais de seu ex-diretor Cláudio Abreu.
A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Abreu até a coclusão desta edição. A defesa de Cachoeira diz que as provas do caso são ilegais.
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