EUA gastam US$ 467 mil com férias de Michelle Obama
Primeira-dama não reembolsou valor total de viagem a Espanha, diz organização
PETER BAKER - NYT/O Globo
WASHINGTON — Uma escapada à Espanha feita pela primeira-dama dos Estados Unidos em 2010 custou aos cofres americanos US$ 467 mil (R$ 881 mil), segundo uma organização que acompanha os gastos federais. As despesas decorrem do uso do avião presidencial e dos serviços de segurança.
Os dados foram divulgados pelo Judicial Watch, uma instituição de interesse público que se considera conservadora, classifica Barack Obama como um “político corrupto”, mas que também investiga os gastos dos republicanos.
A viagem já era conhecida, mas não o valor da conta que os contribuintes tiveram que pagar. A divulgação ocorre em um momento no qual os republicanos vêm pressionando Barack Obama em razão de viagens que parecem ter motivação eleitoral. O presidente tenta a reeleição em novembro. Nesta quinta-feira, o deputado republicano John Boehner, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, exigiu que Obama devolva o valor gasto na visita a três estados que têm disputa acirrada.
A viagem de Michelle Obama à Espanha também gerou barulho por ter ocorrido em um período no qual os Estados Unidos passam por uma turbulência econômica. Para o passeio pelas praias mediterrâneas, a primeira dama levou sua filha mais nova, duas pessoas conhecidas e os quatro filhos delas. Um colunista do jornal novaiorquino “The Daily News“ chamou Michelle de “Marie Antonieta da modernidade”, em referência à rainha francesa conhecida por seu comportamento perdulário.
Reembolso não cobre despesas
A Casa Branca diz que Michelle e os convidados pagaram suas próprias despesas de alojamento, alimentação e transporte. Como usou um avião oficial, a primeira-dama reembolsou o governo no valor equivalente a passagens de primeira classe para ela e para a filha. Os convidados utilizaram voos comerciais convencionais.
Mas o custo de voar pelo avião do governo ultrapassou o valor reembolsado. Além disso, a segurança é paga pelo Estado. Agentes do Serviço Secreto sempre viajam com qualquer primeira-dama e normalmente insistem para que ela utilize o transporte oficial. Michelle também levou alguns assessores, pois fez uma visita de cortesia ao rei da Espanha, Juan Carlos I, e à sua esposa, a rainha Sofia, na ilha de Maiorca.
De acordo com os dados levantados pelo Judicial Watch, os voos para Málaga, dali para Maiorca e depois de volta para os Estados Unidos custaram US$ 199.323,75 (R$ 376 mil). Os gastos dos 15 integrantes da comitiva envolveram US$ 10.290,60 (R$ 19,4 mil) pelo alojamento, US$ 2.633,50 (R$ 5 mil) pelo aluguel de carros e US$ 876,30 (R$ 1,7 mil) pela comida — incluindo US$ 57,68 (R$ 108,83) gastos com molhos e mistura para panquecas.
O custo de proteção do Serviço Secreto totalizou US$ 26.670,61 (R$ 50 mil). Desses, US$ 26.670,61 (R$ 50,3 mil) são referentes ao passeio com motorista pela Costa del Sol e US$ 50.078.78 (R$ 94,5 mil), aos serviços de uma empresa de planejamento de viagem. O governo teve de pagar ainda pela hospedagem de um cão de guarda e pela pessoa responsável por ele.
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