Leitores engajados poderiam ter desconto em cobrança online, diz jornalista
Vice-editor do ‘The Wall Street Journal’ instiga jornais a pensarem em alternativas ao ‘paywall’
Marcelle Ribeiro - O Globo
SÃO PAULO - O vice-editor executivo do jornal americano “The Wall Street Journal”, Raju Narisetti, instigou diretores de jornais brasileiros a pensarem na adoção de um modelo inovador de cobrança por conteúdo digital, diferente dos que vêm sendo adotados por veículos americanos e brasileiros e que é conhecido como “paywall”. Em palestra no 9º Congresso Brasileiro de Jornais, Narisetti propôs que os veículos de comunicação analisem o uso do que ele chamou de “freewall”, em que os leitores passariam a pagar menos pelo acesso ao conteúdo online à medida que usassem mais o site e se engajassem nele, comentando matérias ou as indicando no Facebook, por exemplo.
No Brasil, os jornais “Folha de S. Paulo” e “Zero Hora” já adotaram um sistema de “paywall”. Na “Folha de S. Paulo”, o leitor tem acesso gratuito apenas a uma quantidade determinada de reportagens e, ultrapassada essa quantia, tem que pagar. Outros jornais brasileiros estudam a melhor maneira de cobrar pelo seu conteúdo na web, e temem que leitores não queiram pagar para ler as reportagens.
Para o jornalista americano, “paywalls” não funcionam para todos os jornais da mesma maneira. Por isso, cada veículo deve decidir o que é melhor para si.
- Paywalls são inerentemente negativos. Estamos dizendo para o leitor que ele tem, por exemplo, 20 matérias de graça e quanto mais ele lê, mais perto ele fica de ter que nos pagar - disse Narisetti, em palestra no evento promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ).
Segundo Narisetti, com o “frewall”, os leitores seriam premiados caso se engajem mais.
- A ideia é que os leitores tenham escolha. Podem pagar, mas se tiverem muita atividade no site, talvez eles possam obter o conteúdo de graça. Pode funcionar assim, não significa que é uma fórmula para todos, é só uma ideia - disse.
O vice-editor executivo “The Wall Street Journal” disse que o jornal, que cobra pelo acesso a seu conteúdo há anos, não pensa em usar o “freewall”. Ele esclareceu que teve essa ideia quando trabalhava no “Washington Post”, mas o jornal descartou a possibilidade de usá-la, porque preferiu manter seu conteúdo grátis. De acordo com Narisetti, a indústria de games teve sucesso ao fazer algo semelhante à ideia do “freewall”, premiando usuários mais engajados.
Do Blog:
Sinceramente, eu não pagaria pelas reportagens.
São muito rasas.
A discussão fica entre cobrar ou não cobrar, mas quanto à qualidade das reportagens/artigos ninguém fala.
Dos três jornais importantes do país, assino dois.
Posto o que eu acho de interessante.
Se as notícias via net ficarem indisponíves para não assinantes, o país ficará mais ignorante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário