Sessão com voto secreto favoreceu parlamentar condenado por peculato e formação de quadrilha
Donadon é abraçado por colegas parlamentares no plenário -Jorge William/28-08-2013
BRASÍLIA - Apesar de terem sido registrados no painel eletrônico 131 votos contrários à cassação de Natan Donadon, além de 41 abstenções e de 108 deputados ausentes, sendo quatro em obstrução, encontrar alguém que admita ter votado a favor do deputado-presidiário foi tarefa praticamente impossível nesta quinta-feira, mesmo entre os parlamentares mais próximos a ele.
Vista por um correligionário “aos prantos” durante o longo discurso de Donadon, a deputada Sueli Vidigal (PDT-ES) admitiu que se comoveu, mas negou “peremptoriamente” ter chorado, e ainda garantiu que votou pela perda do mandato.
— Nem conhecia esse moço. Eu o vi pela primeira vez ontem (anteontem). Nunca dei bom dia a ele. Eu nego peremptoriamente que estivesse aos prantos. Foi um discurso comovente, todo mundo se compadeceu da família, que estava lá, mas não houve isso de eu estar aos prantos. E uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Eu votei pela cassação, com certeza — disse Sueli.
No plenário, enquanto aguardava o resultado da votação, Donadon foi encorajado por colegas, que já anteviam o resultado da votação. Integrante do Conselho de Ética, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO) assegurou a ele que não haveria os 257 votos necessários para a cassação de mandato. As ausências, abstenções e obstruções contribuíram para salvá-lo.
— Não vai ter 257, vai ter muita abstenção. Você fez um estrago (com o discurso). Sueli Vidigal estava aos prantos ali atrás. Você conseguiu tocar todo mundo — disse Marcos Rogério a Donadon, anteontem.
Apesar do conforto dado ao companheiro do mesmo estado, Marcos Rogério também garantiu ontem que votou pela cassação.
— Em nenhum momento eu prometi ajudá-lo — disse Marcos Rogério, confirmando que Sueli Vidigal estava chorando em plenário.
Citado no discurso de defesa de Donadon como “um amigo” e um dos que fez companhia a ele na sessão, Nilton Capixaba (PTB-RO) também assegurou ter votado a favor da perda de mandato:
— É meu amigo, mas cada caso é um caso. Somos do mesmo estado, mas nunca fomos do mesmo grupo político. Ele vem me cumprimentar e não tem como não cumprimentá-lo.
Medo do flagra da imprensa
No plenário, Donadon ficou rodeado por deputados do chamado baixo clero que, de tão inexpressivos, não conseguiam ser identificados nem pelos seguranças da Câmara. Mesmo com declarações e discursos a favor da cassação, os deputados evitaram registrar o voto nas mesas que ficam no fundo e nas laterais do plenário, temendo ser flagrados pela imprensa.
Na quinta, deputados diziam em seus discursos que exigiriam da Mesa da Câmara a quebra do sigilo de seus votos, para aumentar a transparência.
— Estou pedindo à Mesa a quebra de sigilo do meu voto e acho que todos os deputados deveriam fazer a mesma coisa, porque nós devemos satisfação à sociedade brasileira, que ficou com vergonha desta Casa — disse Simplício Araújo (PPS-MA).
Vista por um correligionário “aos prantos” durante o longo discurso de Donadon, a deputada Sueli Vidigal (PDT-ES) admitiu que se comoveu, mas negou “peremptoriamente” ter chorado, e ainda garantiu que votou pela perda do mandato.
— Nem conhecia esse moço. Eu o vi pela primeira vez ontem (anteontem). Nunca dei bom dia a ele. Eu nego peremptoriamente que estivesse aos prantos. Foi um discurso comovente, todo mundo se compadeceu da família, que estava lá, mas não houve isso de eu estar aos prantos. E uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Eu votei pela cassação, com certeza — disse Sueli.
No plenário, enquanto aguardava o resultado da votação, Donadon foi encorajado por colegas, que já anteviam o resultado da votação. Integrante do Conselho de Ética, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO) assegurou a ele que não haveria os 257 votos necessários para a cassação de mandato. As ausências, abstenções e obstruções contribuíram para salvá-lo.
— Não vai ter 257, vai ter muita abstenção. Você fez um estrago (com o discurso). Sueli Vidigal estava aos prantos ali atrás. Você conseguiu tocar todo mundo — disse Marcos Rogério a Donadon, anteontem.
Apesar do conforto dado ao companheiro do mesmo estado, Marcos Rogério também garantiu ontem que votou pela cassação.
— Em nenhum momento eu prometi ajudá-lo — disse Marcos Rogério, confirmando que Sueli Vidigal estava chorando em plenário.
Citado no discurso de defesa de Donadon como “um amigo” e um dos que fez companhia a ele na sessão, Nilton Capixaba (PTB-RO) também assegurou ter votado a favor da perda de mandato:
— É meu amigo, mas cada caso é um caso. Somos do mesmo estado, mas nunca fomos do mesmo grupo político. Ele vem me cumprimentar e não tem como não cumprimentá-lo.
Medo do flagra da imprensa
No plenário, Donadon ficou rodeado por deputados do chamado baixo clero que, de tão inexpressivos, não conseguiam ser identificados nem pelos seguranças da Câmara. Mesmo com declarações e discursos a favor da cassação, os deputados evitaram registrar o voto nas mesas que ficam no fundo e nas laterais do plenário, temendo ser flagrados pela imprensa.
Na quinta, deputados diziam em seus discursos que exigiriam da Mesa da Câmara a quebra do sigilo de seus votos, para aumentar a transparência.
— Estou pedindo à Mesa a quebra de sigilo do meu voto e acho que todos os deputados deveriam fazer a mesma coisa, porque nós devemos satisfação à sociedade brasileira, que ficou com vergonha desta Casa — disse Simplício Araújo (PPS-MA).
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