Governo não tem dúvidas de que o presidente Bashar al-Assad usou armas químicas
Em nota, EUA dizem que ‘decisão do presidente Obama será guiada pelo que for melhor para o interesse dos EUA’
O Globo
Inspetor da ONU recolhe amostras em Damasco em busca de provas de ataque químico - DSK / AFP
WASHINGTON - Os Estados Unidos “não têm dúvidas” de que o presidente sírio, Bashar al-Assad, usou armas químicas contra civis. A informação, de altos funcionários do governo americano, foi repassada a membros do Congresso em teleconferência na noite desta quinta-feira. Segundo Eliot Engel, líder democrata da Comissão de Relações Exteriores na Câmara, na reunião foram citadas evidências que incluem a interceptação de comunicações do governo sírio e a retirada de pessoal dos arredores de Damasco, o que indicaria que “eles estariam prontos para algo grande como um ataque químico”. Nesta quinta-feira, os EUA informaram que buscam uma resposta limitada e discreta contra a Síria tentando afastar qualquer comparação com a guerra no Iraque.
“Como dissemos, a tomada de decisão do presidente Obama será guiada pelo que for melhor para o interesse dos EUA. Ele acredita que há interesses vitais dos EUA em risco e que países que violam normais internacionais sobre o uso de armas químicas precisam ser responsabilizados”, disse, em nota.
A reunião dos secretários de Estado, John Kerry, e de Defesa, Chuck Hagel, e da chefe do Conselho de Segurança Nacional, Susan Rice, com parlamentares não envolveu material sigiloso. E esta postura alimentou a resistência política, em ambos os partidos.
- É importante ter evidências claras de que o regime sírio é o responsável pelo ataque químico para definir ações. Afinal, fomos à guerra no Iraque sob a alegação de armas de destruição em massa que acabaram nunca existindo - afirmou o democrata Chris Van Hollen
A pressão vinda do Congresso - sobretudo da Câmara dos Representantes, dominada pela oposição republicana — fez Obama prestar esclarecimentos pessoais ao líder da Casa, o deputado republicano John Boehner, preocupada com a justificativa da ação, o objetivo e a possibilidade de expansão de um conflito na Síria.
Já são ao menos 100 os deputados republicanos e 16 os democratas signatários de uma carta exigindo que Obama convoque o Congresso do recesso para amplo debate, coordenação e eventual aprovação de uma intervenção militar. A avaliação dos congressistas e de analistas é que a resistência de Obama em levar o debate ao Parlamento justifica-se pela alta probabilidade de derrota.
Embora funcionários reforcem que uma decisão ainda não foi tomada, o “New York Times” sugere que um ataque pode ocorrer assim que os inspetores da ONU deixarem a Síria, no próximo sábado. A informação parece reforçar uma declaração feita mais cedo pelo porta-voz da Casa Branca, Joe Earnest, ressaltando que os EUA vão preparar sua própria justificativa legal para o caso de uma ação militar.
- Quando o presidente chegar a uma conclusão sobre a resposta apropriada, e uma justificativa legal for necessária, nós vamos elaborar a nossa própria (jusitificativa) - disse Earnest. - Na época (do Iraque) criaram provas para justificar a invasão de um país, mas neste caso não se busca nem uma invasão nem uma mudança no regime.
Busca por aliados
Nesta quinta-feira os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China) se reuniram a pedido da Rússia para discutir a crise síria. Mas, assim como um encontro semelhante na quarta-feira, a reunião terminou inconclusiva após 45 minutos de debate.
Obama ainda não desistiu de buscar o apoio de aliados. Nesta quinta-feira, ele ligou para a chanceler federal alemã, Angela Merkel, para atualizá-la sobre a posição americana. Mais cedo, Merkel e o presidente da França, François Hollande, emitiram um comunicado sobre a necessidade de uma resposta ao uso de armas químicas na Síria
A equipe de inspetores da ONU que investiga o ataque com armas químicas na Síria abreviou sua estada no país e partirá no sábado. Conforme acertado com o governo sírio, a equipe tinha até o fim de domingo para finalizar a investigação. Terminando um dia antes, os especialistas não conseguirão visitar outros três locais alvos do ataque químico, que estavam inicialmente previstos no cronograma.
O movimento lembra as saídas precipitadas de inspetores de armas da ONU no Iraque, há uma década, depois de receberem informações de agências de inteligência ocidentais de que ataques aéreos dos EUA contra o regime de Saddam Hussein eram iminentes.
“Como dissemos, a tomada de decisão do presidente Obama será guiada pelo que for melhor para o interesse dos EUA. Ele acredita que há interesses vitais dos EUA em risco e que países que violam normais internacionais sobre o uso de armas químicas precisam ser responsabilizados”, disse, em nota.
A reunião dos secretários de Estado, John Kerry, e de Defesa, Chuck Hagel, e da chefe do Conselho de Segurança Nacional, Susan Rice, com parlamentares não envolveu material sigiloso. E esta postura alimentou a resistência política, em ambos os partidos.
- É importante ter evidências claras de que o regime sírio é o responsável pelo ataque químico para definir ações. Afinal, fomos à guerra no Iraque sob a alegação de armas de destruição em massa que acabaram nunca existindo - afirmou o democrata Chris Van Hollen
A pressão vinda do Congresso - sobretudo da Câmara dos Representantes, dominada pela oposição republicana — fez Obama prestar esclarecimentos pessoais ao líder da Casa, o deputado republicano John Boehner, preocupada com a justificativa da ação, o objetivo e a possibilidade de expansão de um conflito na Síria.
Já são ao menos 100 os deputados republicanos e 16 os democratas signatários de uma carta exigindo que Obama convoque o Congresso do recesso para amplo debate, coordenação e eventual aprovação de uma intervenção militar. A avaliação dos congressistas e de analistas é que a resistência de Obama em levar o debate ao Parlamento justifica-se pela alta probabilidade de derrota.
Embora funcionários reforcem que uma decisão ainda não foi tomada, o “New York Times” sugere que um ataque pode ocorrer assim que os inspetores da ONU deixarem a Síria, no próximo sábado. A informação parece reforçar uma declaração feita mais cedo pelo porta-voz da Casa Branca, Joe Earnest, ressaltando que os EUA vão preparar sua própria justificativa legal para o caso de uma ação militar.
- Quando o presidente chegar a uma conclusão sobre a resposta apropriada, e uma justificativa legal for necessária, nós vamos elaborar a nossa própria (jusitificativa) - disse Earnest. - Na época (do Iraque) criaram provas para justificar a invasão de um país, mas neste caso não se busca nem uma invasão nem uma mudança no regime.
Busca por aliados
Nesta quinta-feira os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China) se reuniram a pedido da Rússia para discutir a crise síria. Mas, assim como um encontro semelhante na quarta-feira, a reunião terminou inconclusiva após 45 minutos de debate.
Obama ainda não desistiu de buscar o apoio de aliados. Nesta quinta-feira, ele ligou para a chanceler federal alemã, Angela Merkel, para atualizá-la sobre a posição americana. Mais cedo, Merkel e o presidente da França, François Hollande, emitiram um comunicado sobre a necessidade de uma resposta ao uso de armas químicas na Síria
A equipe de inspetores da ONU que investiga o ataque com armas químicas na Síria abreviou sua estada no país e partirá no sábado. Conforme acertado com o governo sírio, a equipe tinha até o fim de domingo para finalizar a investigação. Terminando um dia antes, os especialistas não conseguirão visitar outros três locais alvos do ataque químico, que estavam inicialmente previstos no cronograma.
O movimento lembra as saídas precipitadas de inspetores de armas da ONU no Iraque, há uma década, depois de receberem informações de agências de inteligência ocidentais de que ataques aéreos dos EUA contra o regime de Saddam Hussein eram iminentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário