Reinaldo Azevedo - VEJA
Ricardo Lewandowski tentou, mais uma vez, reduzir a pena de José Dirceu — no caso, centrou fogo no crime de formação de quadrilha. A maioria rejeitou o seu ponto de vista, a saber: Joaquim Barbosa, Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Acataram o recurso com vistas à redução da pena, além de Lewandowski, Dias Toffoli e Marco Aurélio.
Celso de Mello fez mais um discurso que entrará para a história do Supremo, lembrando a gravidade dos crimes cometidos. Lewandowski, acreditem, chegou a classificar a dosimetria de “imprestável”. Qual é o ponto central da argumentação? Dirceu teve a pena majorada por conta de sua posição no governo e no esquema, o que, para ele, seria a mesma coisa. Evidentemente, não é — a menos que se considere não haver diferença entre o governo e a quadrilha…
O decano desmoralizou algumas falsas acusações feitas ao tribunal, como a de que este teria sido excepcionalmente duro com os mensaleiros. Lembrou que a corte rejeitou, por exemplo, a acusação de peculato no caso de José Genoino e José Dirceu — embora, convenha-se, boa parte do dinheiro que alimentou o esquema criminoso fosse pública.
Mello encerrou a sua intervenção com uma frase que deve ser registrada: “Nada de novo sob o sol [no julgamento do mensalão] senão a clarificação desses eventos vergonhosos”.
Celso de Mello faz 70 anos só em novembro de 2015. Sabe-se que está tentado, por razões de saúde, a antecipar a sua aposentadoria, quem sabe ainda neste ano. Voltemos à campanha: “Fica, Celso de Mello!”.
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