CELSO MING - O Estado de S.Paulo
A evolução do PIB no segundo trimestre deste ano foi surpreendente. Já se
sabia que seria mais expressiva do que a dos trimestres anteriores, mas não que
fosse tanta. O salto foi de 1,5%, quando o que estava nas projeções dos
analistas não era muito mais do que 0,9%.
Pode-se objetar que esse crescimento está prejudicado pela base achatada de comparação, que foi o baixo desempenho do PIB nos trimestres anteriores. Mas, ainda assim, foi uma recuperação forte.
O que já se sabe é que o terceiro trimestre deste ano deverá apresentar um comportamento oposto a este. Deverá voltar a acusar um resultado medíocre ou até negativo. É um desempenho aos solavancos, que reflete as atuais distorções da economia. É por isso que o desempenho líquido do PIB de 2013 em relação ao do ano anterior não deverá ser melhor do que o projetado, coisa aí provavelmente algo em torno dos 2,2% (veja o Confira).
As Contas Nacionais podem ser vistas a partir de dois ângulos: o da oferta (produção) e o da demanda (consumo). Na área da oferta, já se esperava que a agropecuária apresentasse bom resultado. No entanto, desta vez, também foi o grande destaque: crescimento no trimestre (sobre o anterior) de 3,9%, substancialmente maior do que o crescimento do PIB (1,5%). É, no momento, o setor mais ativo da economia, embora tenha peso limitado no total produzido, pouco mais de 5%.
O resultado da indústria de transformação não foi exuberante, como se sabe, no entanto se notabilizou por ter ido bem melhor do que estava nas estimativas, avanço de 1,7%. Desta vez, o setor de serviços, o que mais pesa na economia (68,5%), teve um comportamento mais modesto, de apenas 0,8% sobre o trimestre anterior.
Do lado da demanda, são três os destaques, nem todos positivos. O consumo das famílias, por exemplo, repetiu no segundo trimestre os sinais de esgotamento manifestados no trimestre anterior: cresceu apenas 0,3%. Está sendo castigado pela inflação que corrói o poder aquisitivo e pelo excessivo endividamento que, por sua vez, é consequência da maior agressividade das operações de crédito pelos bancos. Mesmo assim, o alto nível da ocupação e os bons reajustes salariais garantem alta participação do consumo das famílias no PIB (62%).
Pelo terceiro trimestre consecutivo, o investimento (Formação Bruta de Capital Fixo) vem apresentando desempenho melhor do que o PIB. Apesar disso, sua participação é baixa (apenas 18,6%) a ponto de não fazer muita diferença. As exportações, essas sim, apontaram avanço relevante na renda: 6,9%.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem motivos para festejar, mas seu diagnóstico, de que o desempenho da economia já é bem melhor em consequência dos ajustes decididos pelo governo, é, no mínimo, precipitado. Fosse isso mesmo, os próximos trimestres também estariam fadados ao sucesso. Tanto os analistas como o governo já sabem que não é bem assim.
Ainda há mais a comentar sobre o tema. Fica para amanhã.
Pode-se objetar que esse crescimento está prejudicado pela base achatada de comparação, que foi o baixo desempenho do PIB nos trimestres anteriores. Mas, ainda assim, foi uma recuperação forte.
O que já se sabe é que o terceiro trimestre deste ano deverá apresentar um comportamento oposto a este. Deverá voltar a acusar um resultado medíocre ou até negativo. É um desempenho aos solavancos, que reflete as atuais distorções da economia. É por isso que o desempenho líquido do PIB de 2013 em relação ao do ano anterior não deverá ser melhor do que o projetado, coisa aí provavelmente algo em torno dos 2,2% (veja o Confira).
As Contas Nacionais podem ser vistas a partir de dois ângulos: o da oferta (produção) e o da demanda (consumo). Na área da oferta, já se esperava que a agropecuária apresentasse bom resultado. No entanto, desta vez, também foi o grande destaque: crescimento no trimestre (sobre o anterior) de 3,9%, substancialmente maior do que o crescimento do PIB (1,5%). É, no momento, o setor mais ativo da economia, embora tenha peso limitado no total produzido, pouco mais de 5%.
O resultado da indústria de transformação não foi exuberante, como se sabe, no entanto se notabilizou por ter ido bem melhor do que estava nas estimativas, avanço de 1,7%. Desta vez, o setor de serviços, o que mais pesa na economia (68,5%), teve um comportamento mais modesto, de apenas 0,8% sobre o trimestre anterior.
Do lado da demanda, são três os destaques, nem todos positivos. O consumo das famílias, por exemplo, repetiu no segundo trimestre os sinais de esgotamento manifestados no trimestre anterior: cresceu apenas 0,3%. Está sendo castigado pela inflação que corrói o poder aquisitivo e pelo excessivo endividamento que, por sua vez, é consequência da maior agressividade das operações de crédito pelos bancos. Mesmo assim, o alto nível da ocupação e os bons reajustes salariais garantem alta participação do consumo das famílias no PIB (62%).
Pelo terceiro trimestre consecutivo, o investimento (Formação Bruta de Capital Fixo) vem apresentando desempenho melhor do que o PIB. Apesar disso, sua participação é baixa (apenas 18,6%) a ponto de não fazer muita diferença. As exportações, essas sim, apontaram avanço relevante na renda: 6,9%.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem motivos para festejar, mas seu diagnóstico, de que o desempenho da economia já é bem melhor em consequência dos ajustes decididos pelo governo, é, no mínimo, precipitado. Fosse isso mesmo, os próximos trimestres também estariam fadados ao sucesso. Tanto os analistas como o governo já sabem que não é bem assim.
Ainda há mais a comentar sobre o tema. Fica para amanhã.
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