sábado, 24 de setembro de 2011

Papel do Brasil nos territórios palestinos deve crescer com corte de verba dos EUA
ARLENE CLEMESHA - FSP

O pedido de ingresso da Palestina na Organização das Nações Unidas, seja como membro pleno ou observador, causou uma quase histeria no mundo diplomático norte-americano.
Se inicialmente a reação parecia exagerada, já que na prática nada muda e o Estado palestino será tão subjugado, dependente, fragmentado e economicamente inviável quanto são os denominados territórios ocupados, logo ficou explicado o motivo do alarme.
Pela primeira vez em 18 anos de "processo de paz", a Autoridade Nacional Palestina apresenta uma medida que aponta para a retirada da mediação das negociações israelo-palestinas do âmbito exclusivo norte-americano.
A liderança palestina, que por anos aceitou as condições dos EUA para garantir a sobrevivência financeira do seu aparato proto-governamental, finalmente rompe com o já morto "processo de paz" iniciado em 1993 em Oslo, em prol de uma iniciativa diplomática centrada na ONU.
Em segundo lugar, causa constrangimento ao governo israelense o fato de que troca-se não apenas o mediador para a paz, mas, evidentemente, o status do interlocutor palestino.
É inegável que a ousadia da proposta palestina reflete fortemente a conjuntura política em transformação no Oriente Médio. O recente recuo da posição americana na região coincidiu com a construção de alianças por parte da OLP, notadamente entre países da América Latina.
Salvo raras exceções como Colômbia e México, a América Latina hoje fala em uníssono na defesa do reconhecimento da criação do Estado da Palestina.
Desde 2008, 14 dos seus países já subscreveram o reconhecimento.
Na ONU, é significativa a multiplicidade de atores prontos a apoiar a abertura de conversações equilibradas entre Israel e a Palestina.
O Brasil, inclusive, já exerce um papel relevante nos territórios palestinos ao respaldar iniciativas que somam US$ 10 milhões, em ações coordenadas com outros vizinhos latino-americanos, para programas sociais, de saúde, e educação na Cisjordânia e faixa de Gaza.
Diante da possibilidade de uma retaliação norte-americana, com o corte da assistência de US$ 500 milhões por ano aos palestinos, o envolvimento brasileiro poderá adquirir importância ainda maior.

ARLENE CLEMESHA é professora de história árabe da USP e diretora do Centro de Estudos Árabes (DLO-FFLCH/USP)

Do Blog:
O Zagueirão e seus comparsas devem ter delírios de grandeza e poder, como o JÂNIO QUADROS depois de beber o(s) seu(s) Hi-Fi, ou mais recentemente o MOLUSCO depois de ter um contato íntimo e prazeiroso com o legítimo produto artesanal de Minas Gerais.
O Brasil é incapaz de eliminar o tráfico dos morros do Rio de Janeiro, de resolver os problemas a que se prpôs resolver no Haiti!  E vamos resolver a questão palestina?  Tanto árabes como judeus convivem pacificamente no Brasil.  Será que é isso que se pretende?  Estragar essa relação de amizade?  E dinheiro para empreender um papel como o dos EUA?  Da onde o governo vai tirar?  Da educação?  Da saúde?  Da segurança?   

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