sábado, 26 de novembro de 2011

COMPUTADOR FICA MAIS CARO NO NATAL. EU ESTRANHARIA SE ELE FICASSE MAIS BARATO. VIVA A "INDÚSTRIA" BRASILEIRA!

Natal terá computador até 20% mais caro

Inundação na Tailândia provoca escassez de peças e pressiona preços das máquinas no mercado brasileiro
Apesar da expectativa de alta, indústria estima aumento de 13% nas vendas de final de ano, em relação a 2010

CAMILA FUSCO - FSP
Os computadores à venda no mercado brasileiro podem subir entre 15% e 20% já em dezembro em razão da escassez de discos rígidos (HDs) provocada pelas inundações nas fábricas da Tailândia, uma das principais produtoras mundiais do ramo.
A perspectiva é de especialistas e representantes da indústria ouvidos pela Folha, que atribuem o reajuste à redução de 30% na produção global dessas peças, que armazenam as informações nos computadores. A cada trimestre, 180 milhões de máquinas são compradas.
"O custo médio de um HD passou de R$ 110 para R$ 300 no mercado brasileiro e já encarece todo o computador", afirma Ivair Rodrigues, sócio da consultoria IT Data.
O preço também pode ser pressionado pela elevação na cotação do dólar para componentes, que passou de R$ 1,55 no primeiro semestre para R$ 1,75 em setembro.
"O estoque atual do varejo não será suficiente até o Natal, e as peças novas que chegarem já terão os repasses do dólar e dos HDs", afirma.
Segundo Ricardo Miranda, diretor da Seagate, uma das principais montadoras de discos rígidos do mundo, os as peças já devem ser reajustadas para os fabricantes de PCs em dezembro.
"Impacto ainda maior decorrente da escassez dos componentes é esperado para os próximos três meses", diz.
A orientação de Rodrigues, da IT Data, é que o consumidor pesquise o modelo escolhido de computador, especialmente lançamentos.
Isso porque, segundo ele, o varejo tende a fazer promoções principalmente das máquinas mais antigas em estoque, o que poderá dar a sensação de preço baixo.
MERCADO AQUECIDO
Apesar das expectativas de reajuste de preços, a indústria mantém as previsões de alta nas vendas para o ano.
Segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), deverão ser vendidos 15,8 milhões de computadores, alta de 13% sobre 2010.
Os computadores são os bens duráveis que mais cresceram no país nos últimos dez anos, segundo o IBGE. De acordo com os resultados preliminares do Questionário da Amostra do Censo Demográfico 2010, o percentual de residências com computador saltou de 10,6% em 2000 para 38,3% em 2010.
Em números absolutos, o total de domicílios com o equipamento foi de 4,74 milhões para quase 22 milhões.
O Distrito Federal registra o maior alcance: 63% das residências com PCs, à frente de São Paulo (53%), Santa Catarina (50%) e Rio (49%).
Os Estados com menor representatividade são Maranhão (13%) e Piauí (15%).
O questionário do IBGE foi aplicado em 11% do total de domicílios do país (6.192.332, em números absolutos).

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