domingo, 11 de dezembro de 2011

AMIGUINHO DE ARMAS DO ZAGUEIRÃO COMEÇA A SE TORNAR UM INCONVENIENTE PARA O GOVERNO.

Ministro admite que amizades ajudaram sua consultoria
O Estado de S.Paulo 
Em entrevista à Revista Época, o ministro Fernando Pimentel afirma que seu desempenho como consultor não está relacionado a sua gestão como prefeito de Belo Horizonte, mas às amizades. "É lógico. São todos meus amigos. Há uma forçação de barra para transformar tudo em coisa suspeita. Aí descobriram que o empresário Roberto Senna (da HAP) responde a um processo junto com o prefeito. Ele responde a um processo comigo e mais 50 pessoas. É um processo de fatos ocorridos em 2001. Estou dizendo, em alto e bom som: sou amigo da maioria dos empresários de Belo Horizonte - e talvez de Minas Gerais. Se isso for crime, sou um criminoso! Se não puder - quando não tenho cargo público - trabalhar usando a experiência que tenho, o que eu vou fazer?", afirmou o ministro.
Pimentel diz ter dado quatro serviços de consultoria: "Prestei quatro consultorias. Estou com todas as notas fiscais aqui. Um contrato maior com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) para prestar serviços ao Ciemg (Centro das Indústrias do Estado de Minas Gerais)".

'Caso Pimentel' já ameaça pacto eleitoral
Em meio às denúncias contra ministro, guerra PT-PSDB deve atrapalhar aliança de ambos em torno da reeleição de Márcio Lacerda (PSD)
BRUNO BOGHOSSIAN/ MARCELO PORTELA - O Estado de S.Paulo
As denúncias contra o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) geraram uma guerra de acusações entre PT e PSDB que pode repercutir na aliança dos partidos em torno da reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), em 2012, e na sucessão ao governo, em 2014.
Petistas e tucanos se acusam mutuamente de estarem por trás da divulgação de informações sobre os serviços de consultoria prestados por Pimentel, assim como de suspeitas de irregularidades no período em que o ministro comandava o Executivo da capital mineira e que ainda estão sob investigação.
A primeira suspeita do núcleo político da presidente Dilma Rousseff é que as denúncias sejam fogo amigo, com origem no vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho, e no deputado estadual Rogério Correia, ambos do PT. Os dois são favoráveis a uma candidatura própria em 2012 e radicalmente contrários à aliança com o PSDB em torno de Lacerda, posição defendida por Pimentel.
"O ministro tem certeza que partiu do Roberto (Carvalho), porque os dados publicados saíram de dentro da prefeitura, com grande riqueza de informações. Mesmo com muita suspeita, eu acredito que não", afirmou um interlocutor próximo de Pimentel. "O Rogério (Correia) pode ter sido motivador da coisa, mas não tem acesso à prefeitura", acrescentou.
Roberto Carvalho, que afirma ser amigo do ministro, negou qualquer relação com o vazamento das informações e atribuiu a integrantes do PSDB as denúncias e até as informações que levaram à suspeita de fogo amigo. "Isso é típico dos tucanos: plantam uma informação e jogam a responsabilidade para os outros", afirmou.
A postura é a mesma de Rogério Correia, que acusou o senador Aécio Neves (PSDB) de estar por trás das denúncias para tentar enfraquecer o nome de Pimentel para uma possível disputa eleitoral ao governo de Minas em 2014, contra um candidato do governo, atualmente nas mãos dos tucanos.

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