terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Philips vende divisões de áudio e vídeo
Afetada pela concorrência com asiáticas, empresa holandesa vai se dedicar a iluminação e equipamentos de saúde
Companhia, uma das mais tradicionais do setor, inventou a fita cassete e lançou o CD ao lado da Sony
FSP
Uma das mais tradicionais marcas de eletroeletrônicos do mundo, a Philips não resistiu à concorrência de asiáticas como Samsung e LG e decidiu se desfazer de seus segmentos de áudio e vídeo para se concentrar nas áreas de iluminação (em que é líder global) e de equipamentos de diagnósticos por imagem.
A empresa holandesa, que já havias separado sua linha de televisores, vai transferir as operações de aparelhos como DVD e Blu-ray para a japonesa Funai Electric por € 150 milhões (cerca de R$ 400 milhões).
Além do valor da transferência, a Funai Electric vai pagar uma taxa de licenciamento da marca pelo período inicial de cinco anos e meio, com uma possibilidade de renovação por outros cinco, mantendo o uso da marca Philips.
A divisão deve ser transferida até 2017.
No início do ano passado, a Philips formara uma associação com a empresa de Hong Kong TPV para a fabricação de televisores.
Os segmentos de cuidados pessoais, como escovas de dente elétricas, barbeadores, e depiladores, e eletrodomésticos portáteis, como cafeteiras, continuarão a ser produzidos, assim como a linha de cuidados para mãe e bebê, a Avent.
PIONEIRISMO
Fundada no século 19 com a fabricação de lâmpadas com filamento de carbono, a empresa foi referência em inovações como a invenção da fita cassete, em 1963.
Foi pioneira, ao lado da Sony, no desenvolvimento do CD na década de 1980. Nos anos 1930, era a maior distribuidora de rádios do mundo.
Entretanto, a Philips começou a lentamente perder sua fatia de mercado e seu espaço como gigante inovadora para concorrentes como a Apple, além de asiáticas como a Samsung e a LG.
Os segmento de iluminação (principalmente as lâmpadas LED) e de equipamentos de saúde (cujos maiores concorrentes são a Siemens e a GE), foco maior da Philips a partir de agora, proporciona maiores margens de lucro.
BRASIL
No Brasil, são cerca de 3.000 trabalhadores distribuídos em cinco unidades, que incluem duas fábricas de software e três de produtos, localizadas em Varginha (MG), Lagoa Santa (MG) e Manaus.
Esta última, que fabrica aparelhos de áudio, deve sofrer o maior impacto. A unidade emprega 350 funcionários. Todo o pessoal de marketing e vendas do segmento também será transferido.
A negociação -que envolve a divisão de áudio, multimídia e acessórios- deve ser concluída no segundo semestre deste ano.
Até lá, não há como afirmar se haverá ou não cortes de pessoal, segundo a assessoria de imprensa da Philips no Brasil.

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