Durante a manhã, o dólar chegou a registrar alta de quase 1%. Neste período, o BC realizou três leilões de swap cambial tradicional
VEJA/Reuters
Cédulas de dólar (Divulgação)
O dólar fechou com leve alta de 0,08%, a 2,2824 reais na venda. Na máxima do dia, chegou a 2,3029 reais. Em julho, a divisa acumulou alta de 2,27% e, desde maio, de 14%.
A moeda norte-americana segue valorizada pelo terceiro mês consecutivo e os analistas continuam afirmando que seu viés é de alta, mas sem tanta força. A perspectiva é que o BC continue em ação para evitar mais pressões sobre a inflação.
"Não vejo uma alta tão forte do dólar no futuro próximo. Com certeza o viés é mais de alta do que de baixa, mas não é uma alta tão expressiva", afirmou Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global.
Durante a manhã, o dólar chegou a registrar alta de quase 1%. Neste período, o BC realizou três leilões de swap cambial tradicional (equivalente a venda de dólares no mercado futuro), numa atuação que não fazia há mais de uma década. A última vez que a autoridade monetária fez três leilões de swap tradicional num mesmo dia foi em agosto de 2002 e, segundo operadores, a ação agora serviu para tentar segurar a cotação.
"O BC quer manter o câmbio por volta de 2,20 ou 2,30 reais para evitar uma pressão indesejável sobre a inflação ao longo dos próximos meses", afirmou Velho, ressaltando que a autoridade monetária pode recorrer a atuações mais incisivas, como ofertas de dólares no mercado à vista, para conter a valorização do dólar.
"Essa é a grande pergunta: se o BC vai conseguir o dólar nesse nível. Eu acho que no curto prazo ele consegue, porque ainda tem ferramentas para fazer isso", acrescentou ele.
Leilões - No primeiro leilão, o BC vendeu o lote integral de 30 mil contratos de swaps e, no segundo, ofertou a mesma quantidade e vendeu pouco mais da metade. Logo em seguida, anunciou que faria outro leilão, mas de 15 mil contratos, e acabou não vendendo nenhum deles. Mesmo assim, a moeda continuou a operar em alta.
O dólar anulou os ganhos durante a tarde após o Fed informar que a economia americana continua se recuperando - com estímulos e sem indicações de que uma redução iminente no ritmo de aquisição de ativos.
A notícia aliviou expectativas de menor liquidez mundial, que de manhã pesavam sobre os mercados diante dos dados que mostraram que a economia dos EUA expandiu mais do que o esperado.
"Como o Fed mantém o incentivo monetário, o dólar tende a cair. Além disso, o BC fez três leilões de swap cambial. É uma somatória de notícias para derrubar o dólar", afirmou o operador de uma corretora brasileira.
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