quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Cesar Maia comenta, com absoluta razão, a mágica que o governo fez para fazer o país dar um salto no Índice de Desenvolvimento Humano
Ricardo Setti - VEJA

O ex-deputado, ex-secretário da Fazenda, ex-prefeito do Rio e atual vereador Cesar Maia (DEM), que é economista, fez em seu “ex-blog” uma pertinente análise da estranha e inexplicada mágica que o governo fez para mostrar um suposto “grande salto” ocorrido no Índice de desenvolvimento Humano (IDH), criado pela ONU com base em dados sobre expectativa de vida ao nascer, nível de educação e Produto Interno Bruto (PIB) per capita.
Curiosamente, antes da mudança de critério feita às escondidas e sem explicações pelo governo, o IDH do Brasil durante o governo FHC (no ano 2000) era de 0,766 — o índice é tanto melhor quanto mais próximo chega de 1 — e, com base no censo de 2010 (governo Lula) estava em 0,727.
Mas, como há explicação para tudo… Vejam o que diz Cesar Maia:
IDH: CURIOSAS E PROBLEMÁTICAS MUDANÇAS DE CRITÉRIO!
1. Com base nos Censos de 1991 e 2000, o PNUD e o Governo Federal anunciaram os dados do IDH para o Brasil todo.
Esses dados serviram como elementos para priorizar as políticas públicas em nível municipal, estadual e federal.
2. Em 1991 o IDH do Brasil, divulgado anos depois, foi de 0,696.
Em 2000 o IDH do Brasil, divulgado em 2003, foi de 0,766.
3. Na segunda-feira, 29, foram divulgados os dados de IDH em base aos dados censitários de 2010.
O IDH do Brasil avançou para 0,727.
Mas como, se o de 2000, antes divulgado, já era de 0,766?
Foi anunciado que houve uma mudança de critério.
4. Essa mudança de critério baixou o IDH, em base ao censo de 1991, de 0,696 para 0,493.
Uma redução de 30%.
E baixou o IDH de 2000 de 0,766 para 0,612.
Uma redução de 20%.
5. Mudanças tão drásticas exigiriam explicações semanas antes, para que se pudesse entender e tirar dúvidas. Mas nenhuma explicação foi dada.
E apresentou-se um enorme crescimento do IDH, que — se levasse em conta o número anterior de 2000 — seria uma redução.
6. E como ficaram os governos de todos os níveis, que se pautaram pelos números oficiais anteriores para fazer seus planejamentos sociais?
Algo que merece uma explicação detalhada e didática.

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